Uma em cada três xícaras de café consumidas é do produto brasileiro que está presente em mercados como EUA, Europa e Japão
Apesar de ser o ano de baixa para a safra brasileira de café, por conta da bienalidade – no País, a colheita se caracteriza por um ano de alta produção e outro de baixa produção –, o mercado de café continua em expansão, com forte aceitação do produto nacional.
Para se ter uma ideia, de cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma provém do Brasil. De acordo com estimativas, a quantidade de xícaras servidas diariamente nos seis continentes supera 2 bilhões. Os principais destinos do produto brasileiro são Estados Unidos, Europa e Japão.
“A China, um país que tipicamente consome chá, tornou-se um novo mercado importante, especialmente entre os jovens de 20 a 30 anos, que vêem o café como um produto de luxo”, afirma Mariana Lara, diretora comercial da Hamburg Süd/AP-Moller Maersk, empresa de logística de contêineres integrada. Segundo a executiva, após a revolução das cápsulas, a tendência, agora, é o café gota a gota.
“Temos trabalhado com clientes e parceiros para proporcionar melhores condições de retenção de contêineres, permitindo maior segurança e tempo para organizar a exportação e o embarque, além de cumprir procedimentos específicos, em especial processos de aprovação de amostras”, afirma Lara.
Conforme explica, a atuação da empresa em dados logísticos de ponta a ponta tem contribuído para minimizar as perdas pós-colheita para os fornecedores brasileiros de café, possibilitando oferecer silos de armazenamento para clientes menores que não possuem essa estrutura em suas fábricas.
Os números
O último levantamento da safra de café, divulgado em maio pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), prevê a colheita de 48.807 mil sacas do produto beneficiado, uma retração de 22,6% em relação à temporada passada.
Desse total, 33,4 milhões sacas de café beneficiado são da variedade arábica, diminuição de 31,5% ma mesma comparação. Por sua vez, estimativa receita da agência Safras, aponta a colheita de 56,5 milhões de sacas de 60 quilos.
Minas Gerais, maior Estado produtor de café, ocupa o primeiro lugar do ranking com 992,41 mil hectares cultivados, o equivalente a 54% da área em produção no Brasil. A seguir, vem o Espírito Santo, com 400,44 mil hectares, ou 22%. São Paulo é o terceiro com 198,18 mil hectares (11%).
No ano passado, o preço da saca de café foi bastante valorizado, saltou de R$ 500 para R$ 1.300. Porém, isso não afetou a demanda do mercado internacional, que segue aumentando por conta da melhoria nos índices da pandemia.