A capsaicina, substância que causa o ardido da pimenta, traz inúmeros benefícios à saúde por ter ação antioxidante e anti-inflamatória. Além disto, acelera o metabolismo, ajuda a emagrecer, melhora a digestão, controla o colesterol, combate o diabetes e ajuda na prevenção do câncer
Elas podem não ser unanimidade, principalmente as mais ardidas, no entanto, já está mais que provado, cientificamente, que a maioria das pimentas faz muito bem à saúde. Basta escolher aquela que mais agrada ao seu paladar.
É fato que as pimentas são capazes de produzir sensações de picância e de calor devido aos seus componentes químicos, que estimulam as papilas gustativas. São dois os gêneros mais conhecidos: o Piper, cujo princípio ativo mais importante é a piperina; e o Capsicum, que tem a capsaicina como principal componente.
Com potência funcional predominante, a capsaicina é um componente químico que estimula os termo-receptores das mucosas e da pele. A piperina, por sua vez, tem ação cáustica, ou seja, age irritando a área de contato, produzindo efeitos vasodilatadores semelhantes aos da capsaicina.
Quanto mais picante e ardida a pimenta maior o teor de capsaicinoides. A ardência é medida por uma escala sensorial chamada “Scoville Heat Units (SHU )” ou unidade de calor Scoville. Ela mede a ardência em partes por milhão (uma parte por milhão equivale a 15 unidades Scoville – US). Partindo do zero (pimentas doces), pode chegar a um milhão de SHU para as variedades picantes ao extremo.
A mais ardida, de acordo com esta escala é a Habanero (Capsicum chinense), originária do México e do Caribe (200 a 300 mil US). A malagueta originária do Amazonas, também é bastante forte, com 50 a 100 mil US. Muito comuns no Brasil, as pimentas de cheiro e dedo-de-moça são mais suaves, com 500 a 1.000 US.
Alimento funcional
A pimenta é considerada um alimento funcional por ser capaz de proporcionar benefícios à saúde, inclusive, auxiliando na prevenção e no tratamento de doenças. No Brasil, elas costumam ser consumidas frescas, em conservas, em molhos e desidratadas.
Seu consumo estimula o apetite, a salivação e a secreção gástrica, aumentando, assim, a motilidade gastrintestinal, auxiliando a digestão. A ingestão de capsaicina diminui, significativamente, o tempo de trânsito gastrintestinal dos alimentos.
Ela também tem ação antioxidante, anti-inflamatória, antimutagênica, quimiopreventiva e ainda age como inibidora da peroxidação lipídica por radicais livres.
Por causa de suas propriedades antioxidantes (duas vezes superior ao do ácido ascórbico) e vasodilatadoras, a capsaicina promove benefícios à saúde cardiovascular.
Sua potente atividade antioxidante combate a produção excessiva de radicais livres e, consequentemente, evita a oxidação do LDL (colesterol ruim), reduzindo os riscos de doenças do coração.
Mais benefícios
Estudos sugerem que o efeito da capsaicina pode reduzir em até 45% o colesterol total de indivíduos com hipercolesterolemia (colesterol elevado), minimizando os riscos de doença arterial coronariana ou aterosclerose.
Da mesma forma, esta substância parece estimular a produção de óxido nítrico no endotélio, tecido que constitui a cama celular interna dos vasos sanguíneos, promovendo um relaxamento das artérias, facilitando o fluxo de sangue (ação vasodilatadora).
As pimentas também são fontes de vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Apresentam ainda flavonoides e carotenoides (licopeno e betacaroteno) encontrados, principalmente, nas vermelhas e amarelas.
A vitamina E é importante porque, como antioxidante, protege o organismo contra as doenças causadas pelo envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson. Já a vitamina A é protetora da visão e ajuda na prevenção da catarata. Sua função antioxidante ainda previne doenças crônicas, como a artrite.
Emagrecimento
Um dos efeitos da pimenta, que tem merecido destaque, é seu papel como coadjuvante no processo de emagrecimento. Acredita-se que a capsaicina atue no sistema nervoso simpático, aumentando a liberação de catecolaminas (noradrenalina e adrenalina). Estas, por sua vez, produzem no organismo um efeito termogênico, acelerando o metabolismo, a mobilização e a oxidação de gorduras.
A capsaicina também estimula a liberação de endorfinas, oferecendo ao indivíduo uma sensação de bem-estar, porque diminui a vontade de ingerir carboidratos, lipídios e proteínas na refeição seguinte.
Alguns pesquisadores recomendam uma dose de três gramas ao dia de pimenta vermelha, visando à redução de repetição na ingestão alimentar, aumento do gasto energético pós-prandial e oxidação lipídica. Mas é bom ressaltar que o consumo de pimenta deve ser associado à alimentação equilibrada e saudável, complementada com atividade física regular.
Estudo
Realizado com pacientes obesos, um estudo avaliou os efeitos da pimenta sobre o gasto energético e a oxidação lipídica: primeiro, em repouso; e depois, durante o exercício físico por um período de 12 semanas. Com a administração de seis miligramas ao dia de capsinoides foi observado um aumento significativo da oxidação de gorduras, reduzindo o peso e a gordura abdominal daqueles pacientes com problema de obesidade.
O consumo da capsaicina também pode ser feito pela suplementação de fitoterápicos, conforme orientação do nutricionista.
Mas seus efeitos para a saúde humana, no entanto, precisam de mais estudos, principalmente para determinar a quantidade ideal ingerida com o objetivo de alcançar o efeito de emagrecimento.
Estes resultados viriam em boa hora, considerando que, no Brasil, o consumo de pimenta não passa de meio grama ao dia por pessoa, enquanto na Tailândia chega a dez miligramas diários por habitante.
Não exagere no consumo
Vale ressaltar, no entanto, que a pimenta deve ser consumida em quantidades moderadas, pois pode causar problemas digestivos, principalmente em pessoas que tenham gastrite, esofagite, azia e refluxo gastroesofágico. Em especial para elas, é necessário procurar um nutricionista para um consumo de maneira orientada.
Como consumir
Pimenta fresca sempre é mais saudável, pois todos os nutrientes benéficos estão presentes. Também são boas opções consumi-las nas formas de geleias, compotas, molho, conservas, páprica e desidratada.
Outra ótima combinação é pimenta com chocolate. Misturando sabores doce e picante, a ganache com geleia de pimenta, ou o bolo de chocolate apimentado são ótimas opções de sobremesa.
Consultoria: Nutricionista Ludmilla Santana – Graduada pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e especialista em Nutrição Clínica na Obesidade e Estética pela UNEB
Espécies mais consumidas no Brasil
• Capsicum annuum: jalapeño, mulata, pimenta-de-mesa e piquin
• Capsicum baccatum: cambuci, cumari verdadeira, dedo-de-moça, peito-de-moça,
pimenta fina
• Capsicum chinense: cabacinha, chora-menino, cumari-do-Pará, habanero, murupi, pimenta-biquinho, pimenta-de-bode, pimenta-de-cheiro, pimenta-de-cheiro-do-Norte
• Capsicum frutescens: malagueta, pimenta-de-passarinho, tabasco;
• Piperáceas: cubeba, pimenta-do-reino branca, pimenta-do-reino preta, pimenta-do-reino rosa, pimenta-do-reino verde.
Receitas com pimentas podem ser acessadas no site: www.cozinhafitefat.com.br
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