Muito além do aroma da xícara, a floração efêmera do grão dá origem a essências exclusivas (Foto: Divulgação)
Quando se fala do tradicional café, a primeira imagem que vem à mente é uma xícara fumegante com a bebida recém-preparada que acompanha o dia a dia de milhões de pessoas. Entretanto, o universo desse fruto vai muito além da xícara.
O Brasil, maior produtor e exportador do mundo, segue em expansão: segundo levantamento da Safra de Cafeicultura 2025, realizado pela Conab e divulgado pelo Observatório do setor (Embrapa), a produção nacional para o ano-cafeeiro de 2025 está estimada em 55,67 milhões de sacas de 60kg, um crescimento de 2,7% em relação a 2024.

Além de inspirar experiências gastronômicas, o café também é a matéria-prima de fragrâncias exclusivas. Foto: Divulgação
Além de inspirar sobremesas e experiências gastronômicas, o café também revela um lado pouco conhecido: suas flores brancas e perfumadas são a matéria-prima de fragrâncias exclusivas.
Branca e perfumada, a florescência do arbusto é considerada uma preciosidade da natureza. Ela surge apenas uma vez ao ano, entre setembro e novembro, e permanece aberta por no máximo 48 horas. Nesse curto período, exala um aroma adocicado e marcante, muitas vezes comparado ao jasmim, mas com toques frescos e cítricos.
“Com notas delicadas e únicas, a floração é colhida manualmente, num procedimento artesanal que exige precisão e cuidado. Trata-se de uma matéria-prima rara, que traz exclusividade às formulações de essências e difusores de ambiente”, explica a farmacêutica Vanessa Vilela.
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Como a flor vira essência
O método para transformar a florada efêmera em fragrância é delicado e totalmente manual. Após a colheita, feita em poucas horas devido à curta durabilidade da planta, é realizada a extração por técnica moderna de enfleurage, que utiliza óleos vegetais ou solventes naturais para capturar as moléculas aromáticas.

Segundo a famarcêutica Vanessa Vilela (foto), a extração, por técnica de enfleurage,, precisa respeitar o tempo da pétala, mantendo seu bouquet natural sem interferências químicas pesadas. Foto: Divulgação
O resultado é um extrato altamente concentrado, conhecido como absoluto da florescência, que serve de base para perfumes e ambientadores. Segundo a especialista, o procedimento é importante para preservar a identidade olfativa: “A extração precisa respeitar o tempo da pétala, mantendo seu bouquet natural sem interferências químicas pesadas. Esse cuidado garante uma nota floral rara, fresca e sofisticada, com forte vínculo à identidade brasileira”, destaca e finaliza a farmacêutica..