O painel mostrou como o agro brasileiro vem combinando tradição e modernidade para se manter competitivo nos mercados globais — um esforço que a SNA, com 128 anos de história, busca ampliar por meio de inovação, educação e difusão tecnológica (Foto: A Lavoura)
Durante o painel AgroTech e Comércio Exterior: Novas Fronteiras da Competitividade, realizado nesta quarta-feira (12/11) no Enaex 2025 — o maior fórum de reflexão sobre comércio exterior do país — a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) reforçou o papel do agronegócio como vetor de inovação, produtividade e inserção internacional do Brasil.
O evento reuniu representantes de grandes grupos do setor e da inovação agropecuária, entre eles o presidente da SNA, Antonio Mello Alvarenga, o CEO do SNASH – SNA Startup Hub, Leonardo Alvarenga, o diretor executivo do Grupo Campanelli, Pedro Terêncio, e o diretor técnico do Grupo Bom Futuro, Inácio Modesto Filho.
O presidente da SNA abriu o painel destacando a trajetória empreendedora de dois dos maiores grupos agropecuários do país.
“Temos aqui exatamente dois grupos empresariais, Bom Futuro e Grupo Campanelli, que começaram mais ou menos nessa época, uns 40 e poucos anos atrás. São os verdadeiros heróis”, disse Antonio Alvarenga.
Ele lembrou o pioneirismo do Grupo Campanelli, “formado por um italiano, que veio, começou a plantar café, depois passou para a pecuária e hoje é uma potência, são 100 mil abates por ano”, e exaltou a coragem dos fundadores do Grupo Bom Futuro, que transformaram o cerrado mato-grossense em um dos maiores polos agrícolas do planeta.
“Vocês imaginam o Mato Grosso há 50 anos atrás. O heroísmo dessas pessoas que foram para o Mato Grosso e começaram a plantar, a desbastar. Hoje é um dos maiores plantadores de soja do Brasil”, afirmou.
Antônio Alvarenga também destacou o papel da SNA na disseminação da inovação e no apoio a novas empresas do setor, por meio do SNASH – SNA Startup Hub.
“Nada é mais moderno do que a tecnologia trazida pela garotada que descobre, que inventa e que traz tecnologia”, afirmou.
Segundo ele, o hub tem impulsionado a adoção de novas soluções em toda a cadeia agropecuária.
“Está exatamente incentivando e incrementando novas tecnologias para que sejam adotadas, não só por grandes grupos, mas também por pequenos e médios produtores em todas as áreas do agronegócio brasileiro”.
Hub de Startups
Leonardo Alvarenga, CEO do SNASH, apresentou o trabalho do hub e sua missão de conectar startups, produtores e investidores para criar um ecossistema de inovação mais integrado.
“A gente tem uma equipe de mentores e consultores preparados para ajudar as startups dentro de temas do agro ou não”, explicou.
O executivo citou o farm lab instalado no campus rural da SNA, no Rio de Janeiro, que serve como campo experimental para novas tecnologias, e ressaltou o papel da instituição como plataforma de comunicação e educação.
“Temos canais de comunicação muito relevantes na SNA, como a revista A Lavoura, o portal da SNA e a revista Animal Business, que as startups podem utilizar para divulgar seus projetos”, disse.
O SNASH também organiza eventos de grande porte, como o Inova Agro Tour, lançado este mês, com a proposta de levar inovação “para lugares onde as startups não chegam, onde a inovação não chega com tanta facilidade”.
O objetivo, segundo Leonardo, é “gerar uma rede de conexão, uma rede de cooperação, um ecossistema de inovação nacional para o agro brasileiro”.
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Inovação na agricultura e pecuária
Representando o Grupo Campanelli, Pedro Terêncio apresentou o modelo integrado de produção agrícola e pecuária da empresa, que alia rentabilidade, sustentabilidade e inovação tecnológica.
“A tecnologia é o cimento disso tudo”, afirmou.
O executivo destacou a “sinergia tanto na agricultura como na pecuária”, com sistemas que reaproveitam resíduos e reduzem emissões.
“A gente recolhe o esterco e composta, um processo de compostagem. Deixa a natureza fazer o serviço dela”, explicou.
O grupo trabalha com 120 mil toneladas de composto por ano e desenvolve pesquisa de ponta em “agropecuária de precisão”, usando inteligência artificial para monitorar animais e otimizar a alimentação, o peso e a saúde do rebanho.
Terêncio revelou que o Grupo Campanelli captou “próximo de 50 milhões” junto à Finep para investir em pecuária de precisão e redução de emissões. “Quanto maior a produtividade, mais sustentável a gente vai ser”, disse.
Ao encerrar o painel, o diretor técnico do Grupo Bom Futuro, Inácio Modesto Filho, resumiu o espírito dos produtores brasileiros.
“O produtor rural é um santo”, afirmou, destacando a importância da tecnologia para garantir produtividade e sustentabilidade.
“Só se consegue dar sustentabilidade no nosso negócio com altas produções. Tulha cheia é o que realmente dá ao produtor a capacidade de fazer inovações em suas propriedades”.








