No Brasil, a primeira iniciativa reconhecida pela FAO é o de Apanhadores de Flores Sempre-vivas, na Serra do Espinhaço, MG
O programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam), iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), está completando 20 anos. A certificação reconhece patrimônios agrícolas desenvolvidos por povos e comunidades tradicionais em diversas partes do mundo.
Para comemorar a data, de 17 a 19 de julho, foi realizada a Conferência Mundial sobre Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (GIAHS, em inglês), na Província de Zhejiang, na China. Em todo o mundo, o órgão reconhece 67 sistemas agrícolas em 22 países.
Em discurso transmitido durante o evento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil, Marcos Montes, enfatizou a importância da identificação destes sistemas.
“A identificação desses sistemas, de suas paisagens associadas, de sua biodiversidade agrícola e de seus sistemas de conhecimento permite sua preservação e sua evolução. É um processo essencial para que possam continuar fornecendo bens e serviços para as gerações presentes e futuras”, destacou Montes.
Primeiro do país
No Brasil, o primeiro Sistema de Patrimônio Agrícola Globalmente Importante foi reconhecido pela FAO em 2019. Conhecido como “Apanhadores de Flores Sempre-vivas”, o sistema da Serra do Espinhaço (MG) tem arranjo produtivo único, em harmonia com o meio ambiente.
As comunidades da Serra do Espinhaço chegam a manejar 400 espécies de plantas já catalogadas, incluindo as alimentares e as medicinais, cujos conhecimentos e práticas únicas são desenvolvidas ao longo de gerações para manter os recursos genéticos e melhorar a agrobiodiversidade.
Os agricultores locais desenvolveram um sistema que combina coleta de flores, jardinagem agroflorestal, pastoreio de gado e cultivos.