Documento atesta a identidade e qualidade do produto típico do Vale do Jequitinhonha
O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo Cabacinha foi apresentado em Itaobim, MG, no Vale do Jequitinhonha, no fim de novembro. O documento vai subsidiar a criação de uma regulamentação para o produto, típico da região. A expectativa é incentivar a agregação de valor deste tipo de queijo e facilitar a comercialização.
“Com a publicação do regulamento técnico do queijo Cabacinha, os produtores poderão registrar suas queijarias e comercializar os queijos até em outros Estados, tendo oportunidades de melhorar os ganhos em seus negócios, trazendo benefícios econômicos, por meio da agregação de valor e do fortalecimento do produto regional”, afirma Luziane Dias de Oliveira, coordenadora técnica regional da Emater-MG em Almenara. “A formalização inspira confiança no consumidor, fortalece a cadeia produtiva e promove a qualidade do produto.”
O queijo Cabacinha é produzido por agricultores familiares, de forma artesanal, e, além de fazer parte da cultura gastronômica mineira, tem grande relevância socioeconômica para a região nordeste de Minas Gerais. Produzido a partir do leite cru, acrescido de coalho e fermento láctico, o queijo é moldado manualmente em um formato que se assemelha a uma cabaça (fruto da cabaceira que, quando maduro, é utilizado como recipiente e para a fabricação de instrumentos musicais). Depois de salgado em uma salmoura, o Cabacinha é pendurado para secar e maturar durante sete dias.
Caracterização
Em 2014, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) realizou o estudo de caracterização do queijo Cabacinha em Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Itaobim, Medina e Pedra Azul. Essa região foi reconhecida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) como produtora do queijo Cabacinha, por meio da Portaria IMA Nº 1403. Depois, mais quatro municípios solicitaram a inclusão na região produtora: Divisópolis, Jequitinhonha, Joaíma e Ponto dos Volantes. Foi, então, realizada uma nova caracterização, reconhecida pelo IMA, em 2021, por meio da Portaria IMA Nº 2087.
O trabalho de caracterização, realizado pela Emater-MG, inclui o diagnóstico da forma de produção e os levantamentos histórico, cultural e da caracterização integrada do meio físico. “A empresa também vai contribuir com o estudo conduzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da caracterização do queijo Cabacinha, em seus parâmetros físicos, físico-químicos, microbiológicos e sensoriais”, informa a coordenadora técnica da Emater-MG Luziane Dias de Oliveira.
O início do estudo foi anunciado em novembro, em Itaobim. As visitas técnicas para a coleta de informações já começaram. “Foram realizadas visitas a produtores selecionados pela Emater-MG, que se mostraram receptivos ao desenvolvimento do projeto, uma vez que a regulamentação do Queijo Cabacinha é uma demanda antiga”, conta o pesquisador da Epamig. Além das contribuições na caracterização das regiões produtoras do queijo, a Emater-MG orienta os produtores no processo da implantação das Boas Práticas Agropecuárias e Boas Práticas de Fabricação, e na legalização das queijarias.