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Cebola Robusta, além de ser mais resistente a pragas e doenças, não precisa de tanta aplicação de agroquímicos, assim como outras cultivares, e ainda possui maior produtividade no cultivo convencional, orgânico ou agroecológico. Foto: Divulgação Epagri
Uma das mais novas cultivares desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a nova cebola SCS379 Robusta chega aos produtores rurais como opção de variedade mais resistente a pragas e doenças. O lançamento oficial, que integra a programação de aniversário de 28 anos de atuação da Epagri, será realizada no dia 14 de novembro, na Estação Experimental da Epagri em Ituporanga (EEItu).
A cebola Robusta, além de ser mais tolerante a ataques diversos, não precisa de tanta aplicação de defensivos agrícolas, assim como outros tipos, e ainda possui maior produtividade no cultivo convencional, orgânico ou agroecológico.
De acordo com a Epagri, a SCS379 é tolerante ao míldio, principal doença dos cultivos de cebola no Sul do País. “Com a menor severidade da doença, o cultivar é mais produtivo que o padrão, sendo uma excelente opção para todos os sistemas de produção: convencional, Sistema de Produção Direta de Hortaliças (SPDH), produção integrada, orgânico e agroecológico” explica Daniel Pedrosa Alves, gerente da EEItu e um dos pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da nova variedade.
O ciclo superprecoce da Robusta é outra vantagem, pois permite que a planta seja semeada por volta de 15 de abril, podendo ser colhida a partir de 20 de outubro. Assim, conforme a instituição, “ela foge dos meses mais quentes do ano, quando o ataque do tripes – principal praga que ataca as plantações – é mais intenso”.
Para se ter uma comparação, a Bola Precoce, cultivar mais plantada em Santa Catarina, tem ciclo que vai do início de junho até por volta de 20 de novembro.
15 anos de pesquisa
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Plantação da nova cebola na Estação Experimental da Epagri em Ituporanga (EEItu). Foto: Divulgação
Para chegar ao desenvolvimento da cebola Robusta, foram necessários aproximadamente 15 anos de pesquisas, conduzidas por engenheiros agrônomos, mestres e doutores da Estação Experimental da Epagri em Ituporanga (EEItu).
O objetivo desse trabalho é oferecer, aos produtores de Santa Catarina, uma cultivar de cebola que atenda a necessidade latente da agricultura catarinense.
O Estado é o maior produtor nacional de cebola e a hortaliça é cultivada basicamente por agricultores familiares. O Alto Vale do Itajaí reponde por mais de 70% da produção dessa região do Sul do País.
35 anos de fundação da EEItu
O lançamento da nova variedade de cebola coincide com a comemoração dos 35 anos de fundação da Estação Experimental da Epagri em Ituporanga, unidade de pesquisa que nasceu antes mesmo da própria Epagri e era ligada à Empasc, empresa então responsável pela pesquisa agropecuária no Estado. Sete anos depois, a Empasc se uniu a outras instituições para fundar a Epagri, que inclui a estrutura da Estação Experimental.
Conforme relata a Epagri, em seus 35 anos de história, a EEItu vem atuando com forte foco na cebola, principal cultura da região. Nesse sentido, são trabalhados o melhoramento genético da planta visando à resistência a doenças e pragas, a produção orgânica, o desenvolvimento de cultivares híbridos adaptados às condições do Alto Vale do Itajaí, a implantação do Sistema de Produção Integrada de Cebola (Sispic), tecnologias para o uso eficiente de nutriente e manejo do solo e o manejo convencional e alternativo de doenças.
Outros alimentos
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Batata-doce: cultivar Luiza desenvolvida pela Epagri apresenta mais vitamina C, macrominerais e fenólicos totais que suas similares. Foto: Divulgação
A unidade de pesquisa, além da cebola, também atua no melhoramento genético da batata-doce – como as SCS368 Ituporanga, SCS369 Águas Negras e SCS370 Luiza –, tendo desenvolvido seis cultivares, sendo três em conjunto com a Estação Experimental da Epagri em Itajaí (SC).
A cultivar Luiza, por exemplo, contém mais vitamina C, macrominerais e fenólicos totais que suas similares. Segundo a Epagri, todos esses componentes desempenham importante função antioxidante no organismo humano, retardando o envelhecimento e prevenindo doenças como o câncer.
Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, “sempre pensando na sustentabilidade, os pesquisadores da unidade desenvolvem tecnologias de manejo para o cultivo de hortaliças em ambiente protegido, tecnologias para racionalizar o uso de insumos e homeopatia, além de manejo convencional e ecológico de insetos praga”.
28 anos da Epagri
O evento ainda integra a programação comemorativa dos 28 anos de fundação da Epagri. A série de eventos de aniversário da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina segue por todo o Estado, durante o mês de novembro, com lançamento de tecnologias, dias de campo, seminários, atividades de educação ambiental e outras, que vão apresentar à sociedade um pouco do trabalho desenvolvido nestas quase três décadas de extensão rural e pesquisa agropecuária em Santa Catarina.
O Estado de Santa Catarina foi o primeiro a reunir, em uma mesma empresa estatal, os serviços de pesquisa agropecuária e extensão rural. Hoje, a Epagri é referência nacional e internacional em pesquisa e extensão rural, empregando conhecimento que produz não só em benefício dos catarinenses, mas também para o Brasil e exterior.
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Arroz branco: SCS124 Sardo reúne boa produtividade, bom desempenho na panela e ótimo sabor. Foto: Divulgação Epagri
As cultivares de arroz da Epagri já são utilizadas em diversos países. Uma das mais novas variedades – a SCS124 Sardo -, por exemplo, reúne boa produtividade, bom desempenho na panela e ótimo sabor.
O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), criado e difundido pela extensão rural da estatal, atualmente é modelo de agricultura sustentável em âmbito nacional e internacional. Recentemente, a revista A Lavoura publicou uma matéria sobre esse sistema da Epagri (leia clicando aqui!).
Conforme a estatal de pesquisa, já existe até maçã, desenvolvida pela instituição, que pode ser produzida e vendida na União Europeia com royalties revertidos para Santa Catarina.
Nesses 28 anos de existência e de resistência, o sucesso da Epagri se reflete na força do agronegócio catarinense.
“Santa Catarina é líder nacional na produção de maçã, cebola, moluscos e suíno, tem a segunda maior produtividade de arroz irrigado do País, é a quarta maior produtora de leite e de mel do Brasil, tudo isso ocupando apenas 1,1% do território nacional. Grande parte desse resultado se deve ao trabalho da Epagri, que com apoio e confiança dos agricultores, vem inovando para uma agricultura cada vez mais sustentável”, informa a instituição, em comunicado à imprensa.