Produto cada vez mais fresco garante qualidade para o consumidor
O cultivo de uva no Cerrado brasileiro tem aumentado de forma significativa e tem atraído cada vez mais novos produtores e interessados em investir na fruta, especialmente na região do Distrito Federal e Entorno.
Para acompanhar essa tendência, parcerias entre entidades de pesquisa e extensão, como a Embrapa e a Emater, têm disponibilizados cursos, palestras online e assistência técnica especializada para o desenvolvimento produtivo e sustentável da atividade.
A variedade mais plantada na fazenda é a BRS Vitória, desenvolvida pela Embrapa. Crédito: Renato Amabile
“Por meio dessas parcerias, vamos potencializar o cultivo da uva na região, além de atender essas demandas de forma mais rápida e dinâmica”, acredita o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro.
De acordo com a chefe de pesquisa da Embrapa Cerrados, Maria Emília, a demanda por informações sobre o cultivo da uva de mesa na região só tende a aumentar. “Com isso, a troca de experiências é fundamental para que a atividade seja conduzida de forma assertiva”, avalia.
Unidades produtoras
Cultivo de uva no Cerrado tem atraído cada vez mais novos produtores e interessados em investir na produção da fruta. Crédito: Renato Amabile
A fazenda Monte Branco, localizada no município de Padre Bernardo (GO), é referência na região no cultivo de uva de mesa e no pico da última safra produziu 17 toneladas da fruta por hectare.
“Os parreirais ocupam 20 hectares da propriedade, mas a previsão é que nos próximos anos duplique de tamanho”, afirma Jefferson dos Reis, gerente de produção da Monte Branco. Ele acrescenta que a variedade mais plantada na fazenda é a BRS Vitória, desenvolvida pela Embrapa.
A nutricionista e proprietária da Monte Branco, Adriana Fernandes, lembra que, há quatro anos, decidiu investir no cultivo de frutas na região. “Antes, a maior parte das frutas vinha de fora, hoje, colhemos uvas num dia e no outro o produto já está na atacadista, chegando fresco ao consumidor, o que é muito bom”, destaca.
Segundo ela, um dos principais desafios está relacionado à mão-de-obra. “Trata-se de um fruto delicado, que necessita de cuidados tanto na poda quanto na colheita. A falta de pessoal capacitado para trabalhar é de fato um gargalo”, avalia.
Assistência e capacitação
Pesquisadores da Embrapa e da Emater têm disponibilizado cursos, palestras online e assistência técnica especializada para o desenvolvimento produtivo e sustentável da atividade. Crédito: Renato Amabile
No mês passado, a fazenda Monte Branco recebeu um grupo formado por extensionistas da Emater-DF e pesquisadores da Embrapa para uma visita técnica realizada dentro da programação do curso de Capacitação em Fruticultura Tropical.
A programação segue até julho de 2022 e contará com 17 palestras e 17 visitas técnicas em propriedades com experiência de sucesso. “Aprendemos muito com eles e essa troca de conhecimento é primordial”, afirma Nilton Junqueira, especialista em fruticultura da Embrapa Cerrados.
Também serão abordadas as culturas da banana, manga, abacate, graviola, frutas nativas do Cerrado, mamão, pitaya, abacaxi, goiaba, frutas vermelhas, frutas temperadas em ambientes tropicais, mercado de frutas frescas e agroindústria e cultivo orgânico.
