Com o apoio da assistência técnica, atividade torna-se importante fonte de renda no norte mineiro
O apicultor Gilmar Alves de Oliveira, da cidade de Gameleiras, no norte de Minas Gerais, comemora o resultado positivo da sua produção de mel, que foi triplicada após o primeiro ano da assistência técnica e gerencial do Programa AgroNordeste, do Sistema Faemg/Senar/Inaes/Sindicatos. De 100 kg de mel ano, ele passou a coletar 350 kg.
Oliveira é um dos 28 produtores de Gameleiras, Catuti e Mato Verde que encerraram o primeiro ano da ATeG. Segundo ele, as mudanças na rotina de trabalho do apiário envolveram a melhoria na suplementação das abelhas, a troca de cera e alternativas para combater a escassez de chuvas.
“A criação de abelhas tornou-se uma fonte de renda maior após o início da ATeG. Antes, eu já era apicultor, mas não sabia atuar na profissão. Utilizava uma técnica diferente, usava a cera de modo incorreto, por isso, tinha muito zangão nas colmeias”, conta Oliveira. “A abelha até produzia, mas o zangão comia tudo, não rendia o mel.”

Com a assistência técnica, de uma produção média de 10kg/colmeia/ano, apicultor Gilmar Alves de Oliveira passou para 24,75kg/colmeia/ano. Crédito: Sistema Faemg
De acordo com o técnico responsável pelos grupos assistidos, Franklin Amaro de Souza, o contato com o produtor é mensal e auxilia no manejo para manter os enxames populosos no período da entressafra. “Cada vez mais, temos visto a importância do AgroNordeste, pois é um programa contínuo”, afirma.
O grupo de apicultores do AgroNordeste em Gameleiras, Catuti e Mato Verde movimentou R$ 171.243,25 em um ano e a produção conjunta superou 10 toneladas de mel. Antes da assistência, a produção média de cada apicultor era de 10kg/colmeia/ano. Um ano depois, esse número passou para 24,75kg/colmeia/ano, de acordo com Souza.
“O grande mérito do programa foi a suplementação das abelhas, que visa a suprir a falta de alimento no período da ausência de floradas. Hoje, o produtor consegue fornecer um substituto do néctar e do pólen que elas retiram das flores, mantendo os enxames sempre fortes”, explica o técnico.
Novo foco
A falta de água (devido à escassez de chuvas) e a perda de enxames foram dois dos principais problemas que afetaram os apicultores da região. Por isso, o trabalho teve foco especial na busca de novas alternativas para garantir uma produção forte, segundo o técnico de campo.
Outro ponto para o aumento da produção foi o fornecimento de água, que, no período da seca, as abelhas geralmente não encontram na natureza. “A água é muito importante para manter a temperatura na faixa dos 34-36ºC e evitar que os enxames abandonem a colmeia devido ao aumento da temperatura”, justifica Souza.

O grupo de apicultores do AgroNordeste em Gameleiras, Catuti e Mato Verde movimentou R$ 171.243,25 em um ano e a produção conjunta superou 10 toneladas de mel. Crédito: Emater
Além disso, ele afirma que troca de cera também foi muito importante. “Muitos dos apicultores não se preocupavam em fornecer cera nova para as abelhas, e a rainha tem preferência por fazer postura em cera nova, aumentando a área de cria, o tamanho das abelhas e a população”, esclarece.
Essas mudanças deram mais ânimo para Oliveira, continuar apostando na apicultura e triplicar a sua produtividade. A região onde ele mora é de altas temperaturas e poucas chuvas, por isso o apicultor convivia com o mesmo problema, ano após ano, até a chegada do AgroNordeste.
“No tempo da chuva, eu capturava um número bom de abelhas, mas, na época de seca, perdia todas. Todos os anos era essa briga. Agora, com a ATeG, não perdi nenhuma abelha na seca e a produção mais que dobrou. Hoje entrego meu mel na cooperativa e também mando para casas de mel em São Paulo”, comenta.