A alimentação vegana vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Ela não só apresenta vantagens para a saúde humana, como também reduz o impacto e os danos da produção alimentícia ao meio ambiente, além de contribuir para o bem-estar animal
O número de pessoas interessadas em saber a origem dos alimentos e de reduzir os danos dos seus hábitos pensando no bem-estar dos animais e no futuro do planeta é cada vez maior.
Seja diminuindo o consumo de carne ou buscando produtos que ajudem a minimizar o impacto causado no meio ambiente, o fato é que esse movimento só cresce. De acordo com uma pesquisa do Ibope feita no início de 2019, cerca de 14% da população brasileira se declara vegetariana. Seis anos antes, em 2012, este número era de apenas 8%.
Essa mudança de hábitos trouxe novidades na indústria alimentícia como os produtos plant-based, à base de plantas, e as carnes vegetais. A nutricionista Alessandra Luglio é consultora da Mother Nutrients, empresa que oferece uma linha inteira de suplementos alimentares veganos. Ela enumera alguns benefícios da alimentação à base de proteínas de origem vegetal.
Carl Lewis, atleta dos Estados Unidos, vencedor de dez medalhas olímpicas e adepto da alimentação à base de proteína vegetal. Fonte: Pinterest
1. Melhora o sono
Segundo a nutricionista, uma dieta livre de carnes facilita a digestão e, consequentemente, melhora o sono.
2. Reduz a idade biológica e a gordura corporal
“As carnes tem tanta proteína quanto gordura, o que não acontece na proteína vegetal. Se alimentar com vegetais, significa tirar grande parte da gordura da sua alimentação, ajudando no metabolismo e diminuindo a gordura corporal”, explica Luglio.
3. Aumenta a vitalidade e a energia
A especialista cita o exemplo do atleta Carl Lewis, dos Estados Unidos, vencedor de dez medalhas olímpicas.
“Atletas de alto rendimento, como ele, perceberam que uma dieta à base de plantas melhorava o seu rendimento, além de acelerar a recuperação muscular e dar mais vitalidade e energia”, afirma.
4. Protege o meio ambiente
Além da saúde humana, o consumo da proteínas de origem vegetal também contribui para o meio ambiente.
“A produção da Mother, por exemplo, emite 99% menos CO2 e utiliza 98% menos água e 88% menos terra, se comparada à produção de proteínas que utilizam ingredientes animais”, conta Alessandra Luglio.
A maioria dos produtos da marca é feita com proteína da ervilha. Foto: Shutterstock
5. Poupa os animais
O sócio e fundador da marca, Marcos Leta, também é um entusiasta deste novo conceito, não apenas de alimentação, mas de estilo de vida.
Segundo ele, “buscando os ingredientes na natureza e extraindo o que há de melhor dos vegetais, não é necessário matar peixes para conseguir ômega 3 e nem explorar vacas para extrair leite”. Todos os produtos da sua empresa são plant-based, a maioria extraída da proteína da ervilha
“Acreditamos que as plantas são a resposta. Através delas conseguimos uma dieta de máxima qualidade com alta densidade nutritiva, alcalina, de fácil digestão e assimilação pelo organismo”, comenta.
7 sugestões de proteína vegetal
Feijão
O feijão é provavelmente a fonte de proteína vegetal mais popular e consumida no Brasil, já que faz parte do nosso dia a dia. Todos os tipos de feijão contam com boa concentração de proteínas em sua composição. O feijão de corda, por sua vez, é considerado o mais proteico, chegando a quase 9 gramas (g) de proteína em 100g de alimentos.
Soja
Soja refogada. Alimento tem alta concentração de proteína. Foto. Divulgação
A soja, apesar de não tão popular nos países ocidentais, é uma das fontes mais importantes de proteína vegetal do mundo. Em 100g desse alimento é possível encontrar mais de 30g de proteínas – quantidade similar ao encontrado em filés pequenos de carne de frango, por exemplo.
É exatamente por isso que a soja é utilizada como substituta da carne com uma grande frequência. Ela também é utilizada para produzir queijos (como o tofu) que servem como alternativa para o cardápio vegetariano.
Grão de bico
O grão-de-bico é mais uma das leguminosas (da mesma família do feijão e da soja) que contém alto valor de proteínas vegetais. Em 100g é possível encontrar cerca de 8g de proteínas nesse alimento que é versátil e fácil de usar em várias receitas.
Lentilha
Outra leguminosa dessa lista de alimentos ricos em proteínas vegetais é a lentilha, que é muito consumida no Brasil em substituição ao feijão e também na culinária árabe. Em 100g desse alimento é possível encontrar aproximadamente 9g de proteínas vegetais.
Quinoa
Tabule feito com quinoa. Além da proteína, o grão também é rico em aminoácidos. Foto: Divulgação
A quinoa é um produto de origem andina, muito consumida em regiões como a Bolívia, Colômbia, Peru e Chile. Sua principal característica é seu alto valor biológico, já que a quinoa é um alimento com alta concentração de aminoácidos que são essenciais para a saúde humana.
Em 100g desse alimento, pelo menos 14 deles representam proteínas de origem vegetal.
Aveia
A aveia é uma importante fonte de carboidratos e fibras alimentares da nossa dieta diária, porém, esse cereal é também riquíssimo em proteínas de origem vegetal. São pelo menos 14g de proteína em 100g de um alimento extremamente versátil e saudável.
Castanhas de caju, amêndoas e pistache também são fontes importantes deste nutriente. Foto: Depositphotos
Oleaginosas
Para quem é fã das oleaginosas – como a castanha de caju, amêndoas e pistache – esses alimentos também podem ser uma boa opção de fonte de proteínas vegetais. É possível encontrar, em média, cerca de 20g de proteínas vegetais em 100g desses alimentos.
