Saiba como identificar produtos que representam riscos à saúde e entenda como testes nas indústrias garantem a qualidade do produto (Foto: Freepik)
Recentemente, diversas marcas de azeite foram proibidas pelo Ministério da Agricultura e tiveram que retirar seus lotes das prateleiras brasileiras. De acordo com a entidade, grande parte foi considerada imprópria para consumo por ter sido misturada com óleos vegetais de qualidade inferior ou por ter sua fabricação desconhecida.
Não bastasse isso, foram registrados diversos casos de azeites produzidos em ambientes clandestinos e com más condições de higiene, representando um grande perigo para a saúde dos consumidores, uma vez que o consumo de azeites e outros alimentos adulterados pode levar a uma série de problemas de saúde.
Dependendo da substância utilizada na mistura, os riscos vão desde reações alérgicas até casos de infecções gastrointestinais mais graves. Além disso, existe o risco do consumo prolongado, quando mais do que um lote está impróprio e o consumidor o ingere por meses, ficando suscetível à exposição de metais pesados, quando produzido em locais inapropriados.
O azeite, principalmente o extra virgem, é conhecido como antioxidante por possuir propriedades nutricionais e vitaminas em sua composição, como o ferro, o cálcio, vitamina A e E, porém, quando misturado, dificilmente suas propriedades são mantidas e preservadas, diminuindo sua eficácia.
De olho nas fraudes
Apesar dos mercados e outros comércios retirarem os produtos contaminados das gôndolas, alguns podem passar despercebidos e, por isso, é importante que o consumidor esteja alerta. Diante disso, é importante ficar atento a algumas dicas para evitar cair em fraudes.
A primeira delas é verificar sempre a lista atualizada do Ministério da Agricultura, pois ela contém marcas adulteradas e que devem estar fora das prateleiras ou das casas. É recomendado ainda ler o rótulo do produto e se atentar caso falte informações como a data ou o local de fabricação. Além disso, verificar a qualidade da embalagem também é outra dica para fugir das falsificações.
Azeites baratos também podem ser um sinal de alerta, pois a produção de um produto de qualidade demanda altos custos, por isso, é bom estar sempre atento aqueles com preços muito abaixo do normal. Nesse caso, é recomendado fazer uma pesquisa e, preferencialmente, comprar marcas confiáveis e que não possuem fraudes em seus históricos.
Por fim, testes caseiros também podem ajudar a identificar fraudes. A dica é colocar uma pequena quantidade no congelador e aguardar algumas horas. O azeite puro irá ficar com uma textura de manteiga, já os adulterados se mantém líquidos e até esbranquiçados.
O papel das indústrias para garantir a qualidade do produto
Os cuidados devem ser tomados pelos consumidores, mas as indústrias possuem um papel muito maior frente a qualidade dos produtos produzidos. Testes devem ser feitos ainda na etapa de produção, a fim de garantir que os alimentos não sejam contaminados por bactérias e outros microrganismos ou misturados com outros óleos e itens não indicados para consumo.
“Eles são ainda uma forma de garantir uma cadeia de produção transparente e fiscalizada, que prioriza a saúde do consumidor e a integridade da marca. Os testes visam analisar a composição química do azeite, identificando misturas convencionais e verificando se o produto atende aos padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores”, ressalta a assessora científica da Kasvi, Nathalia Sales,
A ausência de fiscalização adequada pode levar à circulação de produtos nocivos no mercado. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a principal responsável em relação a fiscalização do setor alimentício.