Cálcio, fósforo e outros nutrientes compõem a porção inorgânica dos ossos humanos, participando da mineralização e posterior formação da matriz óssea dura. Entre a infância e a fase adulta, eles têm função na construção da ossatura, sendo ainda componentes básicos de sua estrutura
É na fase da adolescência, acredita-se, que 40% do conteúdo ósseo seja formado, atingindo aproximadamente 92% – até o fim desse período – da massa óssea final de um indivíduo.
“Assim, pessoas que conseguem desenvolver um adequado pico de massa óssea (que ocorre por volta dos 20 anos de idade) são menos propensas à ocorrência de fraturas e osteoporose na vida adulta”, explica o médico mestre em Cardiologia Daniel Magnoni, consultor da iniciativa Nutrientes Para a Vida (NPV) e diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração (Hcor).
Também especialista em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral, ele ressalta que “o cuidado com uma nutrição adequada, principalmente para os públicos de crianças e adolescentes, faz-se necessário para a correta constituição e crescimento dos ossos, promovendo a saúde do sistema esquelético ao longo de toda a vida”.
“Em especial, alguns minerais desempenham função primordial em sua construção, sendo ainda componentes básicos de sua estrutura.”
Importância dos minerais

Maior ingestão de alguns nutrientes se relaciona ao aumento da densidade mineral dos ossos, diz o médico Daniel Magnoni. Foto: Divulgação NPV
De acordo com o médico, o cálcio é muito reconhecido por seu papel essencial na estrutura óssea, levando em conta que em torno de 99% do seu conteúdo total do organismo está presente nos ossos e dentes. “Sua presença é fundamental para a manutenção da rigidez, garantia da resistência às forças mecânicas e proteção aos tecidos moles.”
Juntamente com o fósforo, continua Magnoni, constituem os principais componentes da porção inorgânica do osso, participando da mineralização e posterior formação da matriz óssea dura.
Ele cita outros minerais como magnésio, silício e boro que, apesar de nem sempre serem mencionados, também desempenham papel relevante na integridade óssea.
“De acordo com estudos, uma maior ingestão desses nutrientes estaria relacionada com o aumento da densidade mineral dos ossos. No entanto, os mecanismos envolvidos neste desfecho ainda são desconhecidos e continuam a ser investigados pela literatura”, informa o médico.
Destaque para o cálcio
Em relação ao cálcio, ele relata a necessidade de uma correta ingestão de alimentos, que sejam fontes desse nutriente, para crianças e adolescentes. Na dieta, entre os alimentos que possuem maior quantidade, incluem-se principalmente o grupo de leite e derivados, que podem ser facilmente incorporados.

Em torno de 99% do cálcio total do organismo está presente nos ossos e dentes. Entre os alimentos que possuem maior quantidade estão o leite e derivados. Foto: Divulgação
“Demais alimentos, como alguns frutos do mar e hortaliças verdes escuras (brócolis, couve, rúcula), são igualmente consideradas fontes de cálcio, porém pedem uma maior ingestão para atingir as quantidades recomendadas, que variam de 1.000 a 1.300 mg/dia durante os períodos de infância e adolescência”, informa Magnoni.
Segundo ele, uma dieta alimentar equilibrada fornecerá não somente o cálcio, mas outros nutrientes indispensáveis a um crescimento e desenvolvimento global apropriados. “Do mesmo modo, necessário é mister atentar-se à adequação da vitamina D, que é sintetizada na pele por meio da exposição aos raios solares e exerce papel chave na absorção de cálcio pelos ossos.”
Exercícios físicos

Prática esportiva na infância e adolescência, associada a uma alimentação equilibrada e saudável, ajuda no crescimento e fortalecimento dos ossos. Foto: Divulgação iStock
“A combinação de uma dieta variada composta por alimentos de boa qualidade, portanto, com a prática de exercícios físicos – estabelecida como um fator que maximiza o ganho de massa óssea na adolescência, é o alicerce para a construção de ossos fortes e saudáveis não somente na juventude, mas também na vida adulta e envelhecimento.”
O médico orienta ainda que a correta absorção dos nutrientes do solo permite a produção de plantas com adequado equilíbrio nutricional e, consequentemente, de produtos ricos em elementos indispensáveis à saúde dos ossos e dos dentes.
“O processo de fertilizar os solos por meio da adubação é a forma mais eficiente para a obtenção de alimentos que atendam às nossas demandas nutricionais”, diz Magnoni.
Nutrientes para a Vida
Como consultor da Nutrientes para a Vida (NPV), ele explica a missão de esclarecer e informar à sociedade sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada e manejo sustentável, visando a fornecer os nutrientes essenciais para garantir a segurança alimentar.
“Vale registrar que o osso é um tecido multifuncional, metabolicamente ativo. A despeito de ser considerado por muitos como tecido inerte, a estrutura óssea passa por processos de remodelagem durante a vida, sofrendo uma rotação notável em comparação a outros tipos de tecido presentes no organismo.”
Dessa forma, acrescenta Magnoni, “segue constantemente renovando-se no intuito de manter a devida sustentação necessária ao corpo, além de preservar a força óssea indispensável à execução das atividades diárias e funcionamento adequado do esqueleto”.
“Entre os períodos de maior importância quando se fala de saúde óssea, podemos citar especialmente a infância e a adolescência, pois justamente nestas fases observamos um ciclo de crescimento mais acelerado, marcado pelos processos de formação e mineralização óssea.”
Fonte: Nutrientes Para a Vida (NPV)