A ciência está sempre buscando inovações para cura de doenças ou males que prejudicam a saúde da população, e a pesquisa agropecuária tem muito a contribuir com esta área. A pesquisadora Márcia Vizzotto, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS), tem novidades na área do câncer, através do estudo de melhoramento da pitanga, fruta nativa da região Sul.
A ação faz parte de um estudo entre a unidade de pesquisas e a Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. A Embrapa Clima Temperado colabora na primeira parte da pesquisa, dentro do programa de avaliação e seleção da fruta, onde são exaltadas suas propriedades funcionais. De acordo com a pesquisadora, essa atividade inicial buscou caracterizar a pitanga, identificando seus teores de antocianina, de carotenoides e de compostos fenólicos que promovem a ação antioxidante das frutas. Num segundo momento, explica Márcia Vizzotto, a unidade de pesquisas passou a identificar compostos e a elaborar seus extratos e atualmente, o pesquisador americano Michael Wargovich está fazendo testes em células cancerígenas.
Após testes preliminares com as pitangas de coloração laranja, vermelha e roxa, os pesquisadores envolvidos no projeto descobriram que a pitanga roxa é capaz de inibir e, até mesmo, matar as células causadoras do câncer de cólon (intestino grosso).“Estamos animados com essa perspectiva e estamos incentivando a produção e o seu consumo como fruta alternativa, já que é nativa e possui facilidade de produção”, anima-se Márcia Vizzotto.
A pesquisadora diz ainda que a pitanga é uma boa opção para os produtores que estão insatisfeitos com as alternativas de produção de frutíferas na região e estão enfrentando dificuldades nessa área, e também, por que está fruta possui características funcionais. “Esse projeto dá visibilidade à pitanga, pois sabemos que os consumidores estão alerta a alimentos que trazem benefícios à saúde”, completa Márcia Vizzotto.