Pioneira na extração no Brasil, Epamig acompanha a evolução e os desafios da cadeia produtiva
Os azeites produzidos em Minas Gerais na safra de 2024 seguem conquistando prêmios em concursos internacionais.
Os produtos têm acumulado, nos últimos anos, medalhas e menções em premiações realizadas em regiões produtoras tradicionais como Espanha, Grécia, Portugal e Itália por conta de suas características de frescor e complexidade de sabores.
Responsável pela primeira extração de azeite extravirgem no Brasil, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vem acompanhando essa evolução na cadeia produtiva, sempre buscando meios de atender às novas demandas dos olivicultores.
Aumento da produtividade e qualidade
Segundo relato do pesquisador Pedro Moura, os técnicos da instituição vêm aprendendo com a cultura a cada ano, desenvolvendo técnicas de manejo, estudando o controle de pragas e doenças, indicação de cultivares, aumento na produtividade e da qualidade, que vem se firmando cada vez mais.
“Também temos evoluído na agroindústria e nos serviços de processamento e análises da curva de maturação, para a indicação do ponto de colheita da azeitona e da qualidade dos azeites”, explica Moura.
Premiações
Sobre as premiações, que ano após ano, colocam os azeites nacionais entre os melhores do mundo, o pesquisador aponta as características das regiões e os cuidados dos produtores como diferenciais. “Aqui, na região da Serra da Mantiqueira, temos a questão da altitude que oferece à planta as horas de frio necessárias, proporcionando um bom desenvolvimento e a produção de um azeite de qualidade”, ressalta.
Caminho certo
Outros fatores para o reconhecimento da qualidade dos azeites produzidos em Minas Gerais, de acordo com o especialista, são o processo produtivo empregado, o manejo e o cuidado que o produtor tem com as plantas.
Na opinião do pesquisador, os prêmios conquistados apontam que a pesquisa está no caminho certo.
“Ficamos muito felizes com o sucesso dos azeites do município mineiro de Maria da Fé e da região, porque é um reconhecimento do trabalho que está sendo feito”, acredita.
Ele completa que “quando um azeite é premiado, podemos identificar o sucesso da pesquisa, nas recomendações de plantio, na escolha das cultivares, no manejo. É claro que ainda temos muitos desafios, mas há muito a se comemorar”, afirma.
Melhor azeite do mundo na categoria até 2500 litros
O azeite Mantikir Summit Premium, produzido em Maria da Fé, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, conquistou, entre outros prêmios internacionais, o primeiro lugar na categoria “Produção Limitada” até 2.500 litros, no Evooleum 2024.
O guia dos 100 melhores azeites do mundo é organizado pela editora espanhola Mercacei e pela Associação Espanhola de Municípios Olivais (Aemo).
A edição limitada deriva de azeitonas colhidas no olival mais alto do Brasil (1900 metros).
“O Summit Premium é nosso ‘Especial no Topo’, um blend de azeitonas Arbequina, Coratina, Grappolo 541 e Koroneiki, que tem conquistado pela complexidade de sabores”, destaca Herbert Sales, proprietário da Fazenda Tuiuva, em Maria em Fé, onde fica o pomar premiado, e do Espaço Essenza, em Santo Antônio do Pinhal (SP).
Ele conta ainda que “além do Evooleum, obtivemos êxito em concursos em Portugal, na Grécia e na Itália, também com azeites varietais e outros blends. É o terroir de Maria da Fé, dos produtos de Minas Gerais, trazendo prêmios de outros continentes para o Brasil”, comemora.
Primeiras oliveiras
O produtor relata que iniciou na atividade em 2015, quando plantou as primeiras oliveiras em Santo Antônio do Pinhal. “Em 2019, chegamos a Maria da Fé, nessa propriedade que tem uma altitude variando entre 1700m e 1900m e, já no ano passado, conseguimos um azeite espetacular“.
Ele salienta que, em 2024, a produção dos olivais foi três vezes maior que em 2023, e produziram esse lote especial de altitude.
Complexidade de aromas
Sales revela que a extração dos azeites foi realizada no lagar dos Olivais de Quelemém, também em Maria da Fé. “Fizemos a análise da qualidade do nosso azeite na Epamig e, além da baixa acidez, a complexidade de aromas chamou a atenção da equipe e, posteriormente, de azeitólogos, degustadores e avaliadores no mundo todo”, sublinha o produtor.
Próximas safras
Para as próximas safras, o olivicultor projeta aumentar a produtividade sem incremento da área de cultivo. “O objetivo é produzir mais usando a mesma área, com as mesmas plantas, empregando manejo e adubação corretos”, detalha.
Ele enfatiza que “a altitude aqui favorece na suplementação de frio para as oliveiras e a metodologia que usamos se mostrou adequada”, conclui.