Empreendimento de 10 mil metros quadrados de cobertura verde capta água da chuva
A busca pelo melhor aproveitamento de água e energia foi uma premissa na construção da nova sede do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac no Rio Grande do Sul, que investiu em iluminação natural, placas fotovoltaicas e instalou 10 mil metros quadrados de telhados verdes. A cobertura é considerada uma das maiores da América Latina atualmente.
Projetado pelo Estúdio 41, o empreendimento abriga o espaço administrativo da entidade. A ideia foi criar um ambiente agradável, conectado à natureza e acessível para favorecer o convívio entre os colaboradores e a comunidade local. Há áreas de alimentação, exposições, eventos e espaços ao ar livre.
Os cuidados com os recursos naturais começaram na construção do prédio, com pedras in natura, recolhimento adequado de resíduos, controle de óleos e solventes e sistema de captação de energia solar. Os telhados verdes foram projetados para aumentar o isolamento térmico e possuem cisternas para reter a água da chuva, que irriga a vegetação do telhado e poderá ser direcionada depois na jardinagem ou no lago.
“Com os tetos verdes, conseguimos reduzir cerca de cinco graus na temperatura em relação ao ambiente externo nas épocas quentes, o que nos proporciona economia de energia”, relata o gestor do condomínio Vitor Dossa. “Temos a capacidade de captar e reter 90 mil litros de água
A cobertura
O telhado verde é hidropônico, sistema de cultivo de plantas com pouco uso de substrato. “Desenvolvemos diversos módulos que são adequados com a área de inserção do projeto, deixando espaço embaixo da vegetação para que a água fique armazenada dentro. Na elaboração destes sistemas, usamos ainda o design da biomimética, que é inspirado na natureza”, explica a arquiteta Catarina Feijó, da Ecotelhado, empresa de Porto Alegre que desenvolve esse tipo de produto.
Além de diminuir o gasto com energia, captar e permitir o reuso de água potável, a arquiteta lembra que o telhado verde tem papel importante na drenagem urbana, uma vez que a água da chuva que iria para as ruas e poderia provocar inundações é reaproveitada.
“Também atua como isolante acústico, reduz a poluição na cidade, favorece a biodiversidade, atraindo borboletas e passarinhos, e pode se tornar um excelente espaço de convivência nas empresas e condomínios”, explica Catarina.