Milho ajuda a prevenir doenças e possui alto teor de vitaminas e minerais
O milho é um dos alimentos mais nutritivos que existam e faz parte da culinária típica nacional. Com tantos benefícios, ele poderia estar mais presente na mesa dos brasileiros. A estimativa de produção total do grão, na safra 2014/2015, de acordo com levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), é de quase 79 mil toneladas, dessas, apenas 5% são destinados ao consumo humano, enquanto 60 a 80% são utilizados para produzir ração animal.
Versatilidade
O milho é um alimento multifacetado. Quando está em forma de grão seco, é considerado um cereal. Já fresco, é reconhecido como um legume. Seu consumo também se dá de diversas formas, seja como mingau, creme, bolo, pipoca e, até mesmo, em opções mais simples, como ingrediente para saladas. A sua versatilidade faz com que o milho esteja presente em diversos pratos considerados ícones da culinária brasileira, como o curau, a pamonha e a canjica. Ele ainda pode ser encontrado no fubá, em sua própria farinha, e em subprodutos, como óleos, xaropes e bebidas.
Benefícios
Diferentemente de outros cereais, como o arroz e o trigo, que são refinados no processo de industrialização, o milho conserva sua casca, muito rica em fibras, fundamental para a eliminação das toxinas do organismo humano.
Seus benefícios são diversos: vão do aumento da imunidade, até a redução do risco de câncer, devido aos antioxidantes presentes no cereal. Além de fibras, que ajudam na prevenção de doenças digestivas, como prisão de ventre e hemorroidas. É, ainda, rico em vitamina A, vitaminas do complexo B (B1 e B5), ferro, potássio, fósforo, cálcio, magnésio e celulose, além de ácidos graxos essenciais. Fornece as calorias necessárias para o metabolismo diário do organismo.
Delicioso e muito nutritivo, o milho ajuda a prevenir doenças cardíacas, a promover a redução da hipertensão e controlar o diabetes. Também é recomendado para o tratamento do Alzheimer.
Outra indicação, que evidencia a necessidade do consumo de milho, é que o cereal pode ser bastante útil no tratamento de problemas dos rins, incluindo a disfunção renal. Para tratar especificamente deste problema, recomenda-se comer uma espiga verde bem cozida por, pelo menos, 2 semanas.
Já o farelo de milho é um verdadeiro escudo para o coração. Se fizer parte da dieta diária, diminui o colesterol.
Sem glúten
É ainda uma boa fonte de carboidratos, ou seja, de energia. Por não conter a proteína glúten, o milho revela-se uma ótima alternativa para pacientes celíacos. Também é recomendado para pessoas portadoras de diabetes tipo 1 ou 2, já que possui baixo índice glicêmico.
Assim, seu aproveitamento na alimentação humana é bastante versátil: além do consumo in natura, vai muito bem tanto em receitas doces como em salgadas. É ótima matéria-prima na elaboração de pães, bolos, biscoitos, sorvetes, etc. Outra vantagem é que o milho é um dos poucos alimentos que não sofre alteração em suas propriedades, quando congelado.
A conserva enlatada tem muito sódio, que aumenta o risco de hipertensão, acidentes vasculares cerebrais, além de outros problemas de saúde. Então, dê preferência pelo milho cozido natural. No dia a dia, é possível cozinhar e congelá-lo inteiro ou em pequenas porções fora da espiga.
Consumo consciente
Apesar de tantas propriedades benéficas, o milho deve ser consumido com moderação. Este cereal é altamente calórico, e seu consumo em excesso pode predispor a formação de depósitos de gordura no organismo.
Por essa razão, não se recomenda uma ingestão que ultrapasse a quantidade de calorias médias que um indivíduo deve ingerir em um período de 24 horas.
O ideal é que a pessoa consuma abaixo de 450 gramas por dia do cereal. 100 gramas de milho contêm cerca de 370 calorias, distribuídas em proteínas (10g), gorduras (5g) e carboidratos (70g).
O recomendável seria um consumo em torno de 2.000 calorias/dia para uma pessoa de 70 kg, calculando que a ingestão seja de cerca de 1.200 calorias de carboidratos, 400 calorias de proteínas e 600 calorias sob a forma de gorduras. Dentro desse contexto de ingestão média diária de 2.000 calorias/dia, o milho pode integrar uma refeição balanceada nesses níveis proporcionais de quantidade calórica diária.
Enfim, este rico cereal pode — e deve — ser incluído na dieta do dia a dia, porque ajuda a atender às exigências fisiológicas do organismo.
Consultoria: Dr. Durval Ribas Filho, Médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia
Milho biofortificado ajuda no combate à cegueira infantil
Estudo revela que milho alaranjado aumenta os níveis de vitamina A nas crianças
Um estudo divulgado na American Journal of Clinical Nutrition (revista americana de nutrição clínica) mostrou que a pró-vitamina A do milho alaranjado aumenta as reservas desta vitamina no organismo. Este milho biofortificado foi produzido por métodos convencionais (não geneticamente modificado) e possui níveis mais elevados de betacaroteno, uma substância que o organismo transforma em vitamina A.
A insuficiência de vitamina A provoca cegueira em aproximadamente 500 mil crianças todos os anos e aumenta o risco de morte por doenças. Os alimentos ricos em vitamina A, como os frutos cor de laranja, ou a carne, nem sempre estão disponíveis ou acabam sendo muito caros, o que torna o milho biofortificado uma alternativa barata e rica nutricionalmente.
Milho branco x alaranjado
O estudo, realizado na Zâmbia, foi elaborado para comprovar a eficácia do milho alaranjado. As crianças foram aleatoriamente colocadas em três grupos de alimentação diferentes e receberam milho branco, milho alaranjado ou um suplemento diário de vitamina A. Três meses depois, os grupos que receberam o milho alaranjado e os suplementos de vitamina A demonstraram um aumento significativo nas reservas totais de vitamina A no organismo, enquanto no grupo que recebeu o milho branco não foi verificada nenhuma alteração.
A cientista responsável, Sherry Tanumihardjo, afirmou: “Estou confiante de que o milho alaranjado poderá ser especialmente eficaz no aumento das reservas de vitamina A no organismo em populações com deficiência dessa vitamina.”