Extratos de Ascophyllum nodosum atuam diretamente no metabolismo vegetal, estimulando processos essenciais ao bom desenvolvimento dos cafezais (Foto: Shutterstock)
Os bioestimulantes formulados à base da alga marinha Ascophyllum nodosum vêm conquistando espaço na cafeicultura moderna como verdadeiros “impulsionadores naturais”. Afinal, contribuem para acelerar o crescimento das plantas, fortalecer sua resistência aos estresses e elevar a qualidade final dos grãos em uma cultura estratégica para o Brasil, maior produtor do mundo desde a época do Império e, também, o maior exportador do grão.
Essa alga vem das águas frias do Atlântico Norte, especificamente no Canadá, e é rica em bioativos naturais – como ácido algínico, manitol, aminoácidos, polissacarídeos, vitaminas, ácidos orgânicos e minerais. Essa composição única a torna ideal para uso na agricultura, promovendo diversos efeitos fisiológicos benéficos nas plantas.
“Graças a um conjunto de compostos, os extratos de Ascophyllum nodosum atuam diretamente no metabolismo vegetal, estimulando processos essenciais ao bom desenvolvimento dos cafezais, cultivados em praticamente todas as regiões produtoras do país”, relata o engenheiro agrônomo, Bruno Carloto.

Rica em bioativos naturais, a Ascophyllum nodosum vem das águas frias do Atlântico Norte, especificamente no Canadá. Foto: Acadian Sea Beyond
No desenvolvimento vegetativo, segundo ele, aplicações desse extrato estimulam o enraizamento, aumentam a emissão de brotações e favorecem o vigor das plantas. Além disso, a presença de fitormônios e moléculas sinalizadoras intensifica a divisão celular, o alongamento de tecidos e a formação de raízes laterais, resultando em plantas mais robustas e com maior capacidade de exploração do solo.
“Além disso, os polissacarídeos presentes na alga auxiliam a retenção de água e a formação de biofilmes protetores, contribuindo para a resiliência em situações de seca ou calor excessivo – condições comuns em áreas produtoras de café, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somaram 1.944.382 hectares no último ano”, acrescenta o agrônomo.
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Outros benefícios
Conforme relata Carloto, especificamente em relação à produtividade e à qualidade dos grãos, diversos estudos apontam que o uso de bioestimulantes à base de Ascophyllum nodosum melhoram o enchimento dos frutos, uniformizam a maturação e aumentam os teores de açúcares e compostos precursores de aroma e sabor.
“Como resultado, os lotes tendem a apresentar maior peneira, melhor aparência física e pontuações superiores em análises sensoriais. Esses ganhos tornam-se ainda mais relevantes quando observados em escala nacional, considerando que, em 2024, o IBGE registrou produção de 3.387.724 toneladas de café, com liderança de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo”, detalha.

Uso de bioestimulantes à base de Ascophyllum nodosum melhoram o enchimento dos frutos, uniformizam a maturação e aumentam os teores de açúcares e compostos precursores de aroma e sabor. Foto: Acadian Sea Beyond
Outro benefício relevante, segundo o especialista, é o aumento da tolerância da cultura a estresses bióticos e abióticos. Compostos antioxidantes presentes na alga reduzem danos oxidativos, enquanto a modulação hormonal fortalece os mecanismos naturais de defesa das plantas. Assim, lavouras tratadas com bioestimulantes tendem a apresentar melhor desempenho em condições adversas, reduzindo perdas produtivas e aumentando a estabilidade da safra – aspecto decisivo para uma atividade com valor de produção estimado pelo IBGE em mais de R$ 69,2 bilhões.
Ele acrescenta ainda que, no contexto da rentabilidade, relatos de produtores e resultados observados em outras culturas sugerem que a aplicação de extratos de Ascophyllum nodosum geram retorno econômico relevante ao proporcionar maior produtividade por área e reduzir impactos de estresses climáticos, especialmente em regiões de sequeiro.
“Ainda que a literatura científica específica para o café brasileiro seja modesta, evidências consolidadas em outros países da américa latina, indicam consistente aumento de produtividade, reforçando o potencial dos bioestimulantes como ferramentas tecnológicas alinhadas às exigências produtivas, econômicas e ambientais da cafeicultura brasileira”, finaliza Carloto.
Fonte: Acadian Sea Beyond








