Gabriel Lysias, da Polimex, mostra seu produto para os presidentes da Pesagro, Paulo Renato Marques, e da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga. A startup é uma das mais de 100 empresas que integram o SNASH – hub de startups da SNA (Foto: Cristina Baran)
Lançado no final do ano passado, o SNASH – hub de startups da Sociedade Nacional de Agricultura – faz um balanço bastante positivo de sua atividade em 2023. O número de startups de seu portfólio cresceu exponencialmente neste ano, contando, atualmente, com mais de 100 startups distribuídas por 15 estados do Brasil.
A expectativa do CEO do SNASH, Leonardo Alvarenga, para o próximo ano, é ampliar as atividades, abrindo novas unidades físicas do hub: uma em São Paulo e outra em Portugal.
“Planejamos também a abertura dessas novas unidades físicas para potencializar o desenvolvimento de programas de internacionalização com as nossas startups, ajudando na abertura do mercado global para seus negócios”, finalizou Leonardo.
Segundo ele, o hub já consagrou-se em nível nacional.
“Para nós, o mais importante não é a quantidade de empresas filiadas. O foco é, sobretudo, a qualidade e diversidade temática das soluções que estas startups produzem na hora de aprovar a entrada delas no ecossistema. Estamos bastante satisfeitos com o portfólio que montamos e pretendemos continuar o bom trabalho no próximo ano”.
Para 2024, também estão programados os primeiros programas de open innovation do hub, em conjunto com renomadas instituições. Além disso, o SNASH terá uma plataforma digital integrada para que as interações entre os diferentes agentes do ecossistema sejam fluidas e eficientes.
Fechamento do ano
Na segunda (18/12), houve o último encontro do ano com startups na sede da Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio de Janeiro, que contou com a presença do presidente da PESAGRO-RIO, Paulo Renato Marques.
Marques destacou a importância do SNASH na recuperação do agronegócio do estado do Rio de Janeiro, em especial nas oportunidades de transformação da região em um polo de produtos de alto valor agregado.
“Temos a oportunidade de contarmos com startups do agro que trabalham com inteligência e que buscam produtores de valor agregado. O estado do Rio se contentou em ser um importador de alimentos, e esse maravilhoso hub pode mudar esse cenário”, disse o presidente.
Também estiveram presentes os secretários de desenvolvimento econômico e da agricultura de São Pedro da Aldeia (RJ), Cláudio Viviani e Thiago Ribeiro de Souza, respectivamente.
No encontro, também foi anunciada mais uma startup que se somou ao SNASH, a Bean Posible, uma foodtech que atua no reaproveitamento de sobras do grão de feijão, de olho na produção crescente de carne vegetal – plant based, no Brasil.
Segundo a engenheira de alimentos Gabrielle Gautério, CEO da Bean Posible, só no ano passado, as vendas de carnes vegetais aumentaram 22% no Brasil. Contudo, ela destaca que o setor enfrenta uma escassez de ingredientes nacionais.
“Mais de 90% das proteínas vegetais na composição desses produtos são importadas. Por isso, nós da Bean Posible desenvolvemos ingredientes nacionais e sustentáveis a partir de subprodutos do feijão para produzir alimentos plant-based”.
Fundos de investimentos
Também estiveram presentes representantes de fundos de investimento de risco, que buscam impulsionar o desenvolvimento de novas startups do agronegócio.
Francisco Salvatelli, da GridX Brasil, chamou a atenção para a necessidade de financiar os talentos da ciência, necessários para a solução de problemas mundiais.
“A GridX é um fundo de investimento que investe em equipes científicas que queiram empreender em diferentes áreas da biotecnologia, que incluem, agro, alimentos, saúde, etc (…) Estamos nesse mundo de capital de risco empreendedor, buscando financiar esses projetos”.
Matheus Ferreira, da Eqseed, venture capital online que atua como plataforma de investimento, espera que com a entrada no SNASH eles possam escalar cada vez mais, no próximo ano, o número de investidores qualificados.
“Somos a plataforma que mais investiu em startups esse ano. Como plataforma fazemos a intermediação entre investidores e empresas. Hoje temos mais de 60 mil investidores de diferentes perfis, do mercado financeiro, empreendedores que estão reinvestindo, etc”.
Para Marcelo Ambrósio, da Fusion Ventures, as startups têm que ganhar musculatura no mercado e se qualificar. A empresa trabalha para a construção exponencial de valor para as startups, aumentando a penetração de mercado e atratividade ao capital de risco.
“Quanto maior o valor de mercado, maior a percepção de valor pelo investidor. Trabalhamos muito nessa fase de qualificação de mercado, ajudando as startups a crescer organicamente no mercado e inorganicamente através de fusões e aquisições”.
Promovendo tecnologia
O hub de startups da SNA organizou e participou de importantes eventos em 2023.
“Promovemos diversos demo days, além de happy hours para networking e uma mesa-redonda de muito sucesso sobre Tokenização no Agro com a presença do CEO da Agrotoken – startup referência mundial no tema. Também participaram deste evento representantes da Microsoft, da Polygon e da CVM, comentando sobre a visão do regulador acerca do assunto”, explicou Leonardo Alvarenga.
Vale ressaltar a participação do SNASH em grandes eventos como o Rio Innovation Week (RIW), a Agro Brasília, o Green Rio e o Bio Brazil Fair.
“No Bio Brazil Fair, maior feira de alimentos naturais e orgânicos da América Latina, fomos responsáveis pelo Espaço de Inovação do evento e levamos seis startups conosco. Já no Rio Innovation Week, tivemos um estande com grande visitação, onde 10 startups diferentes se revezaram para apresentar suas soluções. No RIW, mais de 25 startups do SNASH foram expositoras, mostrando a força do nosso ecossistema”, ressaltou O CEO do hub.