Rastreabilidade: de onde vem o pinhão?
A rastreabilidade é um processo que, por princípio, permite acompanhar todo o percurso de uma matéria-prima, desde a origem até o consumo.
No caso do pinhão rastreado, após a seleção das sementes, aplica-se a prova de Schenkel, em que os pinhões são imersos na água na proporção de 3:1 (três porções de água para uma de pinhão).
O teste mostra que as sementes que flutuam na superfície apresentam maior ataque de broca; as que ficam em equilíbrio ainda têm a possibilidade de estarem atacadas e, as que afundam; são efetivamente aquelas com chances muito pequenas de estarem atacadas.
Depois, os pinhões devem ser bem secos e embalados, “geralmente, em redes plásticas reforçadas que são fechadas com lacre metálico” e rotulados segundo regras observadas por resoluções estaduais do Paraná e pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde.
No rótulo da etiqueta, devem constar informações sobre quel é o produto, número do lote, identificação dos fornecedores, peso e – no caso de cooperativas – o CNPJ, data de entrada e tratamento fitossanitário.
Durabilidade do pinhão
Jonas Eduardo Bianchin, extensionista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e um dos autores do protocolo, enfatiza que a rastreabilidade é importante porque a durabilidade do pinhão está atrelada à ao momento da colheita.
Segundo ele, a partir do momento em que se abre a pinha, o pinhão começa a perder a umidade, e fica com o aspecto envelhecido.  “Aquele pinhão que se compra na gôndola do mercado, a granel, ficou muito tempo exposto e vai ressecando.  Pode até estar bom para consumo,  mas o aspecto dele vai se perdendo”, explica.
O extensionista ressalta que, além de conhecer a origem do pinhão, o produtor saberá quando ele foi colhido e, portanto, quanto tempo, em média, deve durar com qualidade. “Após a colheita, o pinhão sadio mantém sua qualidade por 10 dias no ambiente, em seguida, deve ir para a refrigeração, onde ele suporta mais 20 dias, depois tem que ser congelado”, ensina.
Transparência e confiança
Alexandre Marra, supervisor do  Sistema Faep/Senar-PR ressalta a transparência e a confiança que a rastreabilidade trará ao consumidor, da origem à mesa, como também a disponibilidade de um produto com qualidade superior à encontrada atualmente no mercado.
Segundo ele, a rastreabilidade é ainda bastante significativa para a sociedade em geral, “porque observamos benefícios também por estarmos alinhados com metas globais importantes, como alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), com foco na busca pela segurança alimentar, do consumo e produção sustentáveis”.
Marra acrescenta que a relevância da rastreabilidade  também se dá na prospecção de parcerias e integração público-privadas para o desenvolvimento das cadeias produtivas de importância, não só aqui para a região metropolitana de Curitiba mas, também, para todo o estado do Paraná”, salienta.
Na visão do supervisor do Sistema Faep/Senar-PR , o “novo produto” adequado ao protocolo, terá maior valor agregado, por conferir qualidade superior da semente.
Ele completa que, como consequência, o pinhão rastreado poderá atender a clientes mais exigentes e preocupados com a procedência e tempo de colheita.
“A adoção de práticas que primam pela oferta de produtos de melhor qualidade, naturalmente, promove mudanças impactantes na cadeia produtiva com resultante fidelização do consumidor”, aponta.