A maratona tecnológica Agrohackathon 2019, realizado em Curitiba entre os dias 11 e 13 de outubro, reuniu 62 estudantes do setor de ciências agrárias, tecnologia e negócios para propor soluções inovadoras para problemas do setor de seguro rural e gestão de riscos rurais.
Os competidores de 11 equipes propuseram soluções relacionadas ao uso de tecnologias para o monitoramento das lavouras, gerenciamento eletrônico de laudos, alternativas para cálculo de riscos, conectividade no campo, gerenciamento digital de fiscalizações e plataformas de acesso a informações ao produtor rural. Os vencedores foram a equipe Hold, com uma proposta para gerenciar digitalmente os laudos de verificação de perdas do seguro rural; a AHA, com aplicativo para o cálculo de riscos, e; a Athon, com a proposta de uma rede nacional dos profissionais peritos (pool de peritos).
Para o diretor do Departamento de Gestão de Riscos Rurais do Mapa, Pedro Loyola, a interação da academia com o setor produtivo é fundamental para o desenvolvimento de soluções tecnológicas aplicadas ao agronegócio brasileiro. “Além disso, o setor de seguros rurais está crescendo e precisa cada vez mais de profissionais que estejam antenados para a tecnologia e inovação. O Agrohackathon contribuiu para formar profissional com perfil inovador e que trabalhe em equipe e foi muito recompensador ter sido um dos mentores das equipes”, complementa.
“Mesmo as equipes não vencedoras apresentaram projetos com grande potencial para transformação em negócios viáveis”, ressaltou o Gilson Martins, coordenador do evento durante a cerimônia de encerramento. Para o docente da UFPR, “os estudantes não devem desistir das ideias e seguir com o desenvolvimento de projetos para incubação, seja dentro da universidade seja na parceria com entidades públicas e privadas”, ressalta.
Colaboradores
A organização do evento contou com o envolvimento de pelo menos 40 colaboradores, do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação no Agronegócio (CEA) da UFPR, do Campus Curitiba da UTFPR e das organizações parceiras.
O Agrohackathon contou com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Sistema FAEP/Senar, da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Agência de Inovação da UFPR, a Cooperativa Castrolanda, da empresa Positivo Tecnologia, e da UniFM.
No setor de seguros, destaca-se o apoio das seguradoras BB Seguros, da Fairfax e da Markel, que recentemente passou a atuar com o nome Newe.
Aproximadamente 35 profissionais de empresas de tecnologia, seguradoras, universidades e entidades setoriais prestaram mentoria aos estudantes. “A presença de mentores é uma ajuda fundamental aos maratonistas, que têm um prazo muito curto para se inteirar de conhecimentos bastante específicos”, ressalta o professor Cleverson Cunha, da agência de inovação da UFPR.
Experiência
Uma das novidades do Agrohackathon foi a realização de uma imersão de campo. Na ocasião, os 62 competidores visitaram propriedades de dois cooperados da Cooperativa Castrolanda, no município de Castro, onde puderam aprender sobre o uso e as necessidades de alta tecnologia na produção.
Foi uma oportunidade para os estudantes entenderem onde está a fronteira do uso tecnológica na produção rural, e a partir daí pensar em soluções que podem ser disseminadas ao maior número possível de produtores (escalabilidade), que é um dos objetivos da inovação.
“A realização de visitas técnicas é um método pouco explorado nos hackathons, mas tem um potencial enorme para sensibilizar os participantes para os problemas práticos”, explica o professor Martins.