O recente lançamento da Rota do Queijo Artesanal no Triângulo Mineiro é especial para a Revista A Lavoura inaugurar nova coluna: Turismo Rural, que divulgará os múltiplos e extraordinários lugares, serviços e produtos de regiões agrícolas brasileiras. Vamos incentivar e valorizar o que há de melhor de nosso agroturismo!
A produção de uma das iguarias mais tradicionais e saborosas de Minas Gerais ganhou novo incentivo: foi lançada no último sábado, dia 25 de junho, a Rota do Queijo Artesanal no Triângulo Mineiro. O objetivo é estimular o turismo rural associado à gastronomia e, principalmente, divulgar o queijo produzido na região.
O lançamento foi em Uberlândia, na Fazenda Rio das Pedras, onde fica a queijaria Gomes, quando foi servido um saboroso café da manhã. Obviamente, não faltaram os deliciosos e inigualáveis queijos da região. O evento foi aberto ao público e, como esperado, contou com a participação de muitos produtores locais.
Segundo a extensionista de Bem-estar Social da Emater-MG em Uberlândia, Patrícia Freitas, a Rota do Queijo Artesanal do Triângulo Mineiro é composta por quatro fazendas localizadas em três municípios: Fazenda Retiro Velho, em Araguari; Fazenda São José do Paranaíba, em Tupaciguara; Fazenda Aprazível e Fazenda Rio das Pedras, em Uberlândia. As queijarias possuem o registro de inspeção do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) ou do Serviço de Inspeção Municipal (SIM).
“Houve a necessidade de se criar essa rota para que as pessoas pudessem conhecer melhor as propriedades rurais, os locais onde são feitos os queijos e saber que essas queijarias seguem as normas para uma boa produção dos tradicionais queijos. E, assim, nada melhor do que adquirir e consumir essas iguarias direto do produtor”, salienta a extensionista da Emater-MG.
Turismo rural e gastronomia
Rota do queijo vai permitir para produtores e para a região maior divulgação dos queijos produzidos. Foto: Divulgação
A iniciativa é resultado de um trabalho entre a Emater-MG, as famílias produtoras e a Associação de Produtores de Queijo Minas Artesanal do Triângulo (AQMATRI).
“A rota do queijo vai permitir, para nós produtores e para a nossa região, maior divulgação dos queijos aqui produzidos. Vai permitir que possamos mostrar onde o produto é fabricado e que o queijo da região do Triângulo Mineiro fique mais conhecido e valorizado”, destaca a presidente da AQMATRI, Maria Elena da Mota.
Patrícia Freitas explica que a Emater-MG tem trabalhado com as famílias produtoras do queijo mineiro para melhorar, cada vez mais, a qualidade do queijo e do leite, dando orientações em relação à embalagem e a maior inserção do produto no mercado.
Tradição familiar
Na Fazenda Rio das Pedras, em Uberlândia, a produção de queijo foi passada de geração em geração. Dona Inêz Gomes conta que a sua avó e sua mãe produziam esta que é uma das iguarias mais conhecidas de Minas Gerais.
Na propriedade são produzidos queijo frescal (80 peças por semana) e queijo Minas artesanal (40 unidades semanais). A produção da Queijaria Gomes, que é toda familiar, é comercializada, principalmente, em Uberlândia. Mas, parte do que produzido é vendida nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Com criação da Rota do Queijo Artesanal do Triângulo Mineiro, segundo dona Inêz, as expectativas para a atividade são as melhores. “A gente acha que vai trazer mais pessoas para conhecer as fazendas e saber como é feito o queijo. E, também, as marcas da região serão mais prestigiadas. Será muito bom para todos”, comemora a produtora.
Reconhecimento
Queijo fruto do resgate da tradição mineira. Foto: Divulgação
Em 2014, a região do Triângulo Mineiro foi caracterizada e reconhecida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária-IMA como produtora de Queijo Minas Artesanal.
Desde então, a Emater-MG e demais parceiros intensificaram as ações para resgatar, divulgar e valorizar essa tradição mineira.
Dez municípios do Triângulo Mineiro produzem Queijo Minas Artesanal: Araguari, Cascalho Rico, Estrela do Sul, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Romaria, Tupaciguara e Uberlândia.
“A Emater–MG presta assistência técnica aos produtores na melhoria da qualidade do produto, tanto em Boas Práticas Agropecuárias quanto em Boas Práticas de Fabricação”, ressalta a extensionista Patrícia Freitas.
Turismo rural
De acordo com definição do Ministério do Turismo, o agroturismo reúne atividades desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.
Assim, o Turismo Rural permite a todos um contato mais direto e genuíno com a natureza, a agricultura e as tradições locais. Essa modalidade especial de turismo permite a diversificação das atividades no campo, gerando trabalho e renda alternativa para os membros da família, além de incentivar o associativismo entre os produtores de uma localidade, proporcionando benefícios econômicos, sociais e ambientais para a região.
Segundo o Ministério do Turismo, este setor tem demanda bastante aquecida em diversas atividades rurais como cavalgadas, pescaria, trilhas ecológicas, acampamentos, caminhadas, trekking, rapel, e, até mesmo, até mesmo o envolvimento direto com o trabalho no campo, seja na plantação, na colheita ou na rotina das famílias.
Caminhadas ecológicas é uma das modalidades do turismo rural. Foto: Governo Federal
Dessa forma, esses turistas entram em contato com a natureza e com o despojamento do ambiente e da vida nas fazendas e sítios, interagindo com os habitantes locais e o patrimônio cultural da região.
Os ministérios da Agricultura e do Turismo fizeram convênio, em 2020, visando ao fortalecimento da agricultura familiar, através do estímulo ao agroturismo. As características geográficas e históricas de cada região, além de aspectos culturais únicos e produtos agrícolas tradicionais, contribuem para que as experiências no interior do Brasil sejam sempre especiais e genuínas.
O trabalho do produtor rural certamente é um dos pilares para que o agroturismo se fortaleça, uma vez que podem ser os fornecedores de produtos para composição do cardápio de um restaurante local, de matérias-primas para a fabricação de itens típicos da região, além de, eles próprios, comercializarem seus produtos, como hortaliças, cafés, frutas típicas, vinhos, cervejas, cachaças, embutidos de carnes e queijos artesanais.
