Serão selecionados projetos de organizações sem fins lucrativos com experiência em turismo sustentável e dedicadas à conservação ambiental e cultural
Segundo dados de 2023 do Mapa do Turismo, dos 5.570 municípios brasileiros, 2.477 possuem vocação turística, ou seja, quase 45% dos municípios do país.
Assim, é importante pensar sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais do turismo. Como é possível incentivar a sustentabilidade desse setor?
Pensando nesse cenário, a Aliança pela Inclusão Produtiva (AIPÊ) lançou a chamada pública Turismo Sustentável, voltada para projetos que desenvolvem atividades de turismo aliados à conservação ambiental, histórica ou cultural dos territórios onde estão localizados.
A ideia é fomentar as cadeias produtivas locais, promover a melhoria da educação e a conscientização dos visitantes. As inscrições podem ser feitas até 09 de setembro.
AIPÊ
A Aliança pela Inclusão Produtiva (AIPÊ) é resultado da união de instituições com conhecimento e experiência reconhecidos na atuação pela redução da desigualdade por meio da inclusão produtiva.
Juntas, as entidades participantes reuniram recursos não reembolsáveis que serão aportados em chamadas públicas com recortes específicos, sempre direcionadas a projetos conduzidos por associações, cooperativas, microempresas e empreendedores individuais com o objetivo de tirar pessoas da vulnerabilidade através da promoção do trabalho e renda.
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Seleção de projetos
Iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) junto com instituições privadas, a AIPÊ selecionará projetos que receberão até 500 mil reais cada, totalizando um investimento de 5 milhões de reais.
O BNDES contribuirá com metade dos recursos, ao passo que os demais parceiros se responsabilizarão pelo restante. Além dos recursos, os projetos serão acompanhados ao longo de dois anos e receberão aporte técnico por meio de mentorias e oficinas temáticas com especialistas.
Economia verde
Ana Bonimani, gerente de programas do Instituto Votorantim e integrante do comitê gestor da AIPÊ, salienta que “mobilizados pela relevância da economia verde, a chamada Turismo Sustentável foi desenvolvida com o objetivo de promover a inclusão produtiva por meio do apoio a iniciativas com potencial de fortalecer as redes locais, melhorar os produtos turísticos e promover a preservação do ambiente e respeito às comunidades locais”
De acordo com informação da profissional, as práticas de turismo sustentável podem incluir ações de redução do impacto do turismo no ambiente, facilitação do turismo para públicos prioritários, promoção de educação e conscientização dos visitantes e garantia de engajamento e benefícios comunitários.
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Contexto urbano e rural
Ela ressalta que as organizações proponentes podem ser atuantes tanto no contexto urbano quanto rural, e devem realizar investimentos com foco em fortalecimento de coletivos, redes e organizações locais; criação ou melhoria de produto turístico; implementação de práticas sustentáveis em empreendimentos turísticos e monitoramento da sustentabilidade das práticas turísticas existentes.
Inscrições
As inscrições estão abertas no site da Aipê (www.aipe.org.br) até o dia 09 de setembro de 2024.
Para se inscrever, é preciso que sejam organizações sem fins lucrativos com CNPJ ativo há, no mínimo, quatro anos e com capacidade de articular diferentes práticas pelo turismo sustentável.
Prioridades
A integrante do comitê gestor da AIPÊ destaca que “serão priorizadas iniciativas dos segmentos de turismo de base comunitária e turismo étnico e, ainda, organizações lideradas – ou majoritariamente formadas – por mulheres, pessoas negras, indígenas, comunidades tradicionais e juventude rural”.
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Chamadas
Ana Bonimani informa também que, no mesmo período, a AIPÊ lança outra chamada pública, Práticas de Agricultura Sustentável, que soma 9 milhões de reais destinados para até dez projetos.
“O chamamento é direcionado a iniciativas voltadas para produtores rurais de baixa renda atuantes nos biomas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa”, sublinha.
Segundo a profissional, a chamada foi desenhada para apoiar e fortalecer cooperativas e associações que já iniciaram a transição para a adoção de práticas de agricultura sustentável, “como, por exemplo, recuperação da área de pasto ou plantio degradada, produção orgânica, sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária-floresta, manejo de resíduos para geração de energia e compostagem, produção de bioinsumos e manejo do solo”, detalha.