Atendimento residencial conta com suporte de soluções inovadoras
A pandemia mudou radicalmente os processos logísticos de entregas, serviços e trabalhos em domicílio. Entretanto, alguns serviços que já tinham se adequado ao atendimento em casa, foram fortalecidos e devem ganhar ainda mais espaço em 2024. Dentre eles, está o atendimento veterinário domiciliar, como preveem executivos do segmento.
Conforme o Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil, Henry Berger, atualmente, os pets, em sua maioria, são tratados como membro da família, recebem maior cuidado com a saúde física e têm suas necessidades emocionais compreendidas.
“No serviço domiciliar, o médico-veterinário acaba desempenhando o papel de ‘médico de família’, avaliando a saúde do animal de forma holística, o ambiente em que ele vive e a rotina familiar. Tudo isso sem que o pet sofra com o estresse de sair do seu lar e trazendo conveniência ao tutor”, explica.
Vantagens
Dentre as vantagens dessa nova tendência, o especialista destaca a do bem-estar animal, tendo em vista que, o atendimento domiciliar é, muitas vezes, a única alternativa para consulta de felinos, cães de grande porte, pets pouco sociáveis ou muito medrosos, lares com muitos pets e animais com necessidades especiais.
Para Berger, sair do seu ambiente já é um fator de estresse para boa parte desses animais, além do manejo de um pet com dificuldades de locomoção, com dor ou que é mais agressivo e precisa usar focinheira.
“O trajeto de carro, a recepção de um consultório com outros animais e o ambiente diferente causam estresse que pode comprometer ainda mais a saúde ou alterar sinais vitais momentaneamente, interferindo na avaliação do médico-veterinário”, alerta.
Outra vantagem apontada pelo executivo está relacionada à prevenção avançada, uma vez que o atendimento domiciliar permite um olhar aprofundado na prevenção de doenças e de condições crônicas que poderiam acometer os pets caso não fossem acompanhados de forma tão próxima.
Além disso, segundo ele, o médico-veterinário também consegue analisar aspectos do ambiente em que vive o pet, os quais poderiam interferir na sua saúde, como espaço para atividade física e mental, tipos de piso da residência que podem impactar na locomoção e personalidade dos outros animais da casa, por exemplo.
O especialista lembra que atualmente, os médicos-veterinários também podem contar com equipamentos diagnósticos portáteis de alta qualidade para complementar a avaliação dos pacientes, como aparelhos de ultrassonografia, hematologia, uroanálise, e outros, proporcionando maior conforto e qualidade assistencial para os animais.
“Outra possibilidade é o tutor complementar o tratamento do seu animal com diversas especialidades médicas como fisioterapia, geriatria, pediatria, entre outros, e optar por um tratamento holístico do pet, como a Medicina Integrativa (acupuntura, quiropraxia, fitoterapia, etc.)”, complementa.
Berger ressalta também a economia de tempo e de custos com deslocamento, que são fatores relevantes para os tutores, sobretudo nas grandes cidades. “Para lares com mais de um animal, é possível coordenar os atendimentos preventivos para todos em uma única consulta, porém, para pets com dificuldade de locomoção ou em tratamento prolongado, é uma alternativa para que possa receber os cuidados em casa”, explica.
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One Health
O conceito que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental vem ganhando cada vez mais espaço e relevância, especialmente por fazer da prevenção o caminho para evitar zoonoses e proporcionar mais saúde e segurança para todos.
Berger lembra que no contexto do atendimento domiciliar, o médico-veterinário tem a vantagem de poder avaliar o ambiente em que o animal vive e explicar de forma mais aprofundada os impactos da saúde e dos cuidados preventivos com o animal na saúde de toda a família e da comunidade. Mesmo com tantas vantagens, ele menciona que o atendimento presencial é necessário em diversas situações.
“A consulta domiciliar é uma grande facilitadora, porém, a saúde do animal deve ser colocada em primeiro lugar no momento da escolha. Clínicas e hospitais veterinários contam com equipes qualificadas e podem tomar medidas para atendimentos diferenciados”, observa.
Nesses casos, ele diz que cabe ao tutor avaliar a melhor opção. “Além disso, exames mais complexos, cirurgias e internações não devem ser postergadas, sem falar em emergências, quando o tempo para a intervenção é primordial”, alerta Berger, reforçando que os médicos-veterinários volantes costumam indicar estabelecimentos parceiros para esses casos.