Entidades de proteção animal vêm recebendo denúncias de abandono de cães e gatos, devido à suspeita dos donos de que os animais possam transmitir a covid-19
A pandemia, além das vítimas humanas, também vem apresentando o aumento de um número triste, o de animais abandonados pelas ruas. Segundo a Sociedade União Internacional Protetora dos animais (Suipa), no Rio de Janeiro, por exemplo, muitas donos estão deixando os bichinhos por acreditar que eles transmitem a covid-19.
Há também denúncias de que alguns animais estejam presos sem comida dentro de lojas fechadas no Centro. O mesmo vem sendo observado em São Paulo, e foi denunciado na Espanha, quando a doença alcançou a fase mais aguda no País.
O Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Panaftosa-Opas/OMS) e a organização Proteção Animal Mundial (WAP/World Animal Protection) formularam uma série de perguntas e respostas para tentar dirimir dúvidas que possam gerar o abandono de animais de estimação durante a pandemia.
O documento destaca que a desinformação gera medo, que está resultando no cruel abandono e sacrifício de cães e gatos.
Ameaça ao bem-estar dos animais de estimação
“A pandemia (…) está causando muita incerteza em todo o mundo de várias maneiras, entre elas, a ameaça ao bem-estar dos animais de estimação. Isso pode levar a outras situações de impacto à saúde pública, como aumento de mordidas e agressões de animais, atropelamentos que resultam em acidentes de trânsito e, possivelmente, aumento na ocorrência de doenças entre animais e eventuais zoonoses como raiva, leishmaniose, entre outras”, diz o texto.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária lembra que é importante destacar que não há evidências científicas de que animais de companhia são uma fonte de infecção para humanos.
“Não há evidências de que os cães possam ficar doentes e a infecção em gatos está sendo investigada. As recomendações sobre animais incluem lavar as mãos antes e depois de interagir com eles e seus pertences, assim como manter o distanciamento se você estiver doente”, afirma a entidade.
Fonte: Conselho Federal de Medicina Veterinária