Uma das vantagens dessa solução para uso no agronegócio é o custo que é mais barato que as tradicionais baterias
Uma startup de Sorocaba, interior de São Paulo, desenvolveu um motor a etanol para drones usados no agronegócio que tem como vantagens custo menor e maior autonomia de voo, quando comparado ao modelos que utilizam as tradicionais baterias.
Drones são veículos aéreos não tripulados e a maior parte deles funciona a bateria, que são pesadas, caras e recarregá-las durante o uso é um problema, pois exige eletricidade. Diante dessa constatação, no trabalho de conclusão da faculdade de engenharia, João Vitor Valentim Arruda teve a ideia do uso de etanol para alimentar esses veículos. Os amigos Pedro Curcio Junior e Murilo Rodelli enxergaram o potencial do projeto e tornaram-se sócios.
Embora proporcionem aumento do tempo de voo e redução do custo na pulverização, os drones movidos a etanol são mais baratos que os modelos tradicionais. “O custo inicial despendido para comprar os ativos é menor, quando comparado ao drone + baterias versus drone + contrato de locação da LPU”, justifica Arruda.
Segundo o idealizador da tecnologia e CEO da startup Liconic Technology, um drone, normalmente, tem autonomia de 15 minutos quando alimentado por bateria. Já com o motor que funciona com etanol, o veículo pode ficar no ar por até 4 horas. Quanto ao custo operacional do modelo que utiliza a bateria, Arruda afirma que é, em média, de R$ 280 por hora. Já com o uso do etanol, é de R$ 120 por hora, em média.
Por enquanto, os empresários têm dois drones em operação e a expectativa é que, até o fim de 2023, o equipamento esteja disponível nos fabricantes de aeronaves nacionais. “Embora seja uma mudança de paradigma em diversas vertentes, principalmente na utilização de baterias, essa tecnologia já está presente no mercado como uma alternativa viável”, analisa o idealizador do projeto.
Locação
A empresa não comercializa o drones, apenas faz a locação do sistema de energia a etanol. “Temos parceria com fabricantes e acompanhamos a tomada de decisão do usuário para escolher o melhor modelo e marca de drone. Posteriormente, fazemos a adaptação, retirando as baterias e inserindo o sistema híbrido a etanol”, relata Arruda. O problema da venda do sistema, segundo ele, é que o usuário não pode fazer a manutenção própria. “Utilizamos tecnologias que não existem no mercado e necessitam de máquinas e peças específicas para ser feito o trabalho”, explica.
Como a empresa trabalha com a locação do equipamento de energia, também fica responsável pela gestão de manutenção e ciclo de vida do produto. “Com isso, tiramos a preocupação com manutenção (peças, custo, tempo parado) e, ao mesmo tempo, reduzimos o custo do produto”, observa o engenheiro. “Embora o equipamento seja caro, com a manutenção, ele tem um ciclo de vida mais alto. A vantagem é que usuário tem um custo fixo (por horas) sem se preocupar com mais nada”, destaca.
Arruda acredita que essa tecnologia revolucionará o mercado nacional, principalmente porque, “quanto menor o peso, menor bateria (o consumo mais caro de um drone), o que significa menor custo. Além disso, a praticidade de transporte de um drone pequeno é questionável quando se tem que levar baterias + carregador + gerador”, argumenta e completa: “Com a LPU, drones maiores serão tão ou mais baratos e eficientes quanto drones pequenos.”