Região conta com programa que visa ampliar conhecimentos sobre o manejo das abelhas e melhorar a produção de mel
Há cerca de 20 anos trabalhando com produção de mel, Jair Carlesso e família, da linha São Paulinho, em Tangará (SC), contam com uma casa de processamento de mel credenciada pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE), o que habilita a comercialização para todo o Estado catarinense.
Somente em 2020, Carlesso contabilizou uma produção de cinco toneladas de mel. Em 2021, o volume foi menor, em função do frio intenso e das chuvas que resultaram na perda de boa parte da florada. Mas, em contrapartida, a família obteve um produto de alta qualidade para oferecer ao mercado. “Oitenta por cento de nossas vendas são comercializadas na propriedade, que é um ponto turístico que faz parte do Circuito de Caravágio”, conta.
A qualidade está entre as prioridades da família que acompanha as inovações para garantir o melhor produto ao consumidor. Pensando nisso, o produtor ingressou no grupo do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), com foco para a apicultura em maio de 2021.
“Com isso, pude ampliar os conhecimentos sobre o manejo das abelhas e implementar melhorias na produção de mel”, afirma o produtor.
O Programa ATeG ampliou, em 2021, a atuação no segmento e já conta com resultados expressivos em vários estabelecimentos rurais. Atualmente, são atendidos 270 produtores de mel de 51 municípios de Santa Catarina. O objetivo é acompanhar a produção dos apicultores, auxiliar no trabalho de campo e orientar no gerenciamento das atividades e na gestão dos negócios.
Atendimento
A coordenadora do programa no Estado, Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, explica que a ação auxilia na organização das propriedades e no aperfeiçoamento técnico da atividade. Para isso, oferece acompanhamento técnico mensal, o que traz mais segurança na tomada de decisões e amplia as oportunidades de investimento e de mercado. “Desde 2016, foram atendidos cerca de 350 produtores que elevaram significativamente a produtividade com a adoção de novas técnicas de manejo e gestão”, relata.
Santa Catarina apresenta potencial para o desenvolvimento da apicultura e, por isso, a entidade investe na profissionalização do setor. “Temos o mel que foi classificado seis vezes entre os melhores do mundo, título que muito nos orgulha e motiva à busca de ações para continuar fortalecendo a cadeia produtiva”, salienta o presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo.
Ele acrescenta que, atualmente, 17 mil famílias com 300 mil colmeias produzem 7,5 mil toneladas de mel por ano. “Além de abastecer o mercado interno, a produção possibilita garantir exportação, especialmente para os Estados Unidos e para a Alemanha, o que também coloca Santa Catarina como o maior exportador do Brasil”, informa.
O programa
A assistência técnica e gerencial nas propriedades possibilita acompanhar os apicultores em todas as etapas de produção, desde atividades de campo até processos gerenciais. Em um período e dois anos, os técnicos fazem visitas mensais aos produtores e controlam de perto a evolução da atividade. O trabalho tem transformado os manejos com orientações sobre controle da nutrição, sanidade, genética, manejo dos espaços, controle populacional e análise de gestão.
O sul do Estado se destaca com a produção de aproximadamente 400 toneladas de mel por ano. Ao todo, são 30 atendidos, entre pequenos, médios e grandes. Segundo o técnico de campo, Ricardo Scasso, a safra de 2020 registrou 50% de aumento na produção, uma colheita atípica impulsionada pelo favorecimento climático.
Quem tiver interesse em fazer parte de um grupo da ATeG em Santa Catarina deve entrar em contato com o Sindicato Rural de sua região ou com o Senar/SC pelo telefone (48) 3331-9700.