A produção de alimentos com preservação dos recursos é um dos principais desafios para os próximos anos
Produzir alimentos utilizando os recursos naturais disponíveis, com o objetivo de suprir as necessidades nutricionais da humanidade e dos diversos seres vivos, como animais e plantas, sem atrapalhar o fornecimento dos recursos naturais para as futuras gerações, é, sem dúvida, o maior desafio do próximo século.
Nos últimos anos, fundamentado pela criação de regras restritivas de importação em alguns países, que não praticam políticas sérias de preservação ambiental, tal temática ganhou um peso ainda maior.
“Num primeiro momento, essas regras podem ser um desafio grande para os exportadores de alimentos, como o Brasil, caso a nossa agropecuária e as indústrias de insumos não cumpram as regras exigidas”, avalia o presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero. “A necessidade de se produzir alimentos de forma mais sustentável abre uma grande oportunidade para o agro brasileiro”, completa.
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Panorama
O executivo lembra que, atualmente, o Brasil já tem a agricultura mais sustentável do mundo, com as melhores práticas agrícolas, como plantio direto, integração lavoura, pecuária e floresta, além da utilização de insumos biológicos em uma escala muito maior do que em qualquer outro país.
“As indústrias de tecnologia em nutrição vegetal dispõem de uma extensa gama de soluções, desenvolvidas a partir do conhecimento da fisiologia das plantas, dos diversos tipos de solos e do ambiente no qual a produção agropecuária está inserida, e apoiada no conceito da “produtividade inteligente”, contribuem cada vez mais para melhores resultados de qualidade e de produtividade”, destaca Levrero.
O especialista acrescenta que os chamados “Fertilizantes Especiais” são compostos por várias categorias de produtos: fertilizantes minerais especiais, fertilizantes orgânicos, organominerais e biofertilizantes, que podem ser líquidos ou sólidos, adequados aos diversos modos de aplicação: via folha, solo, sementes, fertirrigação e hidroponia.
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Pesquisa e inovação
Segundo o presidente da Abisolo, a diversidade de soluções dessa indústria é resultado de investimento constante em pesquisa, desenvolvimento e inovação que, nos últimos seis anos, foi, em média, equivalente a 4,17% do faturamento.
“Os resultados podem ser medidos pela expansão dos negócios, que nos últimos 10 anos apresentaram crescimento médio de 28% ao ano, chegando em 2022 com faturamento superior a R$ 22 bilhões – elevação de 33,2% ante os R$ 16,6 bilhões obtidos em 2021”, compara.
Ele menciona que os produtos das indústrias de fertilizantes especiais estão entre os mais sustentáveis. “Seu relevante papel em relação aos processos relacionados à economia circular agrega valor aos resíduos sólidos orgânicos, resultando em produtos de grande eficiência para a construção e para a recuperação da fertilidade dos solos”, diz.
A inovação tecnológica, na opinião do executivo, aliada às boas práticas de cultivo, tem proporcionado ganhos de produtividade que irão aumentar a competitividade do agro brasileiro e reduzir o impacto ambiental da produção agropecuária.
“O Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) tem como objetivo diminuir a nossa alta dependência externa de fertilizantes. E uma de suas principais diretrizes é fortalecer as chamadas ‘Cadeias Emergentes’, que contempla, entre outras tecnologias, os fertilizantes orgânicos e organominerais, os condicionadores de solo, os biofertilizantes e os substrato para plantas”, detalha Levrero.
Por fim, ele ressalta que o fortalecimento dessa cadeia produtiva é fundamental para diminuir a dependência externa de fertilizantes para garantir a segurança alimentar e para assegurar a competitividade e a renda do produtor.
“As cadeias emergentes podem suprir (a médio e longo prazos) mais de 25% da demanda por fertilizantes. Tudo isso com tecnologia nacional, gerando valor e mais riqueza para o agronegócio e para a sociedade brasileira”, conclui.