As laranjas e as tangerinas estão entre as frutas mais consumidas no Brasil e participam da dieta de famílias de todas as classes sociais. O Brasil é o maior produtor mundial de citros, com uma população de mais de 250 milhões de plantas, a maior parte no estado de São Paulo.
De acordo com a Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção brasileira de laranja para a safra 2010/2011 foi de 19,36 milhões de toneladas, enquanto que a projeção para a safra de 2020/2021 é de 23,51. Ainda de acordo com esse estudo, o consumo de suco de laranja, que hoje é de 2,1 milhões de toneladas, alcançará a marca de 2,7.
Diante desse grande potencial de mercado, a Embrapa está disponibilizando borbulhas das cultivares Navelina e Ortanique.
Navelina
A laranja navelina está classificada no grupo Baía, basicamente caracterizado pela presença de “umbigo”. A árvore da laranjeira navelina tem tamanho médio, com a copa esférica e frondosa. O seu hábito de crescimento é esferoide, com ramas curvas que podem chegar ao solo, observando-se pequenos espinhos nas axilas das folhas, que desaparecem com o tempo. A cor das folhas é verde-escura. Apresenta tendência para a alternância de colheitas. As laranjas são de grande qualidade para consumo fresco. A época de maturação e colheita dessa cultivar é precoce, ocorrendo de maio a junho nas regiões Sul e Sudeste.
A forma do fruto pode ser, tanto ligeiramente oblonga como arredondada, sendo mais frequente a primeira, com umbigo pequeno e pouco proeminente. A cor da navelina é laranja intensa, sua polpa tem textura média e sabor agradável, com cerca de 10 a 12 gomos e sem sementes. O rendimento de suco varia entre 35% e 45%.
Ortanique
Detectada na Jamaica por volta de 1920, a ortanique é uma das diversas variedades conhecidas como tangerina, mas que na verdade é um híbrido natural entre laranja doce e tangerina, cujos parentais são desconhecidos. Seu nome é uma síntese dos termos em inglês que o caracterizam: orange (laranja), tangerine (tangerina) e unique (única).
A planta da ortanique tem porte médio, de forma esférica e bastante vigorosa, sua floração é abundante com predominância nos meses de agosto e setembro. Seus frutos têm tamanho médio, ligeiramente achatados. Sua casca tem grande quantidade de óleo essencial, é resistente, aderente e ligeiramente rugosa, favorecendo o transporte a longas distâncias. Quando cultivado em regiões de clima mais ameno, sua coloração alaranjada é intensa. O suco de ortanique é abundante, com sabor agradável e elevados índices de ácidos totais e açúcares por ocasião do pico de colheita.
Variedade promissora
A variedade desse citros é promissora tendo em vista que seus frutos não apresentam sementes em cultivos isolados. Como também já foi constatado em outros países, há grande influência do clima sobre coloração, espessura de casca e número de sementes do fruto. Essa variedade é indicada para as regiões com clima mais ameno por ser mais adequada para a produção de frutas frescas. Uma vez atingida a maturação, o fruto se mantém bem na planta. Sua maturação é tardia, entre agosto e outubro. Para informações sobre aquisição de borbulhas, basta entrar em contato com o escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia em Capão do Leão, RS.