Tereza Cristina destacou que o Brasil é o maior exportador de carnes de aves e bovinos e de alimentos industrializados Halal, alimento permitido no Islã, de acordo com a regras de Deus escritas no Alcorão
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina e os presidentes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), Mohamed Zogbi, se reuniram e destacaram a importância dos países com população de maioria islâmica para o mercado do agro durante a abertura do curso online “O mundo islâmico – oportunidades e desafios para a agropecuária brasileira”, na quinta (06).
A ministra da Agricultura considerou o tema do curso “oportuno e interessante”. Segundo ela, os números das exportações do agro brasileiro para os países islâmicos comprovam que a parceria com o Brasil é muito bem sucedida e que os negócios podem ser ampliados ainda mais.
Tereza Cristina destacou que o Brasil é o maior exportador de carnes de aves e bovinos e de alimentos industrializados Halal, credibilidade conquistada com o trabalho sério de toda a cadeia produtiva. Ela também citou dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) que indicam um crescimento estimado de 60% no mercado mundial de produtos e alimentos Halal, entre 2015 e 2021.
“Hoje, o mercado Halal no mundo está orçado em mais de US$ 3,5 trilhões e engloba vários segmentos, além do agronegócio. Os alunos desse curso vão aprender que o conceito Halal não se restringe a regras específicas para abate animal. O Halal é um sistema baseado em princípios e valores humanitários”, declarou a ministra.
Mundo islâmico é o terceiro maior comprador
O presidente da CNA ressaltou que enquanto o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, o mundo islâmico é o terceiro maior comprador da produção agropecuária brasileira e alcançou, aproximadamente, US$ 17 bilhões em 2019.
João Martins lembrou que a CNA e o Ministério da Agricultura vêm buscando uma maior aproximação com esse mercado. Uma dessas iniciativas foi um jantar para um grupo de embaixadores de países islâmicos com o presidente Jair Bolsonaro, no ano passado.
“Agora, juntamente com a Fambras, estamos dando um novo passo. Com esse curso pretendemos demonstrar e debater as oportunidades e os desafios que o agronegócio brasileiro terá nesse mercado”, afirmou.
Na opinião do presidente da Fambras, o agronegócio brasileiro é uma potência e já atua com sucesso no mundo islâmico, mas é possível ampliar ainda mais essa presença. Ele lembrou que as nações de maioria islâmica compõem um universo de quase dois bilhões de consumidores e que a certificação Halal segue normas internacionais rigorosas de segurança dos alimentos, o que abre diversas oportunidades.
“A nossa expectativa é que o curso seja um marco não só para nós, mas também para todo o setor agropecuário. Esperamos que o conhecimento se traduza na concretização de novos negócios com o mundo islâmico e que os resultados sejam o fortalecimento da economia nacional e a geração de empregos”, disse Mohamed Zogbi.
As autoridades também manifestaram solidariedade ao povo do Líbano devido às explosões que aconteceram na região portuária da capital Beirute, na terça (04).
Curso
Promovido pela CNA e pela Fambras, o curso Mundo Islâmico abordará temas como tendências de consumo de alimentos e bebidas, certificações específicas e atração de investimento direto, além de trazer informações sobre o mercado mundial Halal e oportunidades de negócios.
A programação será dividida em quatro encontros, nos dias 6, 13, 20 e 25 de agosto. Ao final, serão emitidos certificados eletrônicos para os inscritos com participação mínima de 75%. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 12 de agosto clicando aqui.
Cada encontro terá 90 minutos de duração e abordará dois módulos temáticos, somando oito assuntos no total. O evento é indicado para profissionais do setor agropecuário, do segmento agroexportador, funcionários do serviço público das áreas de comércio exterior e diplomacia, imprensa, academia e demais interessados.
Ministrado desde 2013, o curso já teve edições no Instituto Rio Branco, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A iniciativa tem o apoio da CCAB e da Academia Halal do Brasil.