Em parceria com as consultorias Agroefetiva e HP Agroconsultoria, o Movimento Colmeia Viva conclui até o final deste ano o resultado de seu estudo “Abelhas em Campo”, com objetivo de conhecer boas práticas e fortalecer a complementaridade entre agricultura a apicultura.
“Concluído o trabalho, teremos um documento importante para ser difundido nacionalmente, com ênfase nos procedimentos práticos utilizados a campo visando a proteção de cultivos e a convivência harmoniosa destes com as abelhas”, resume Rhaissa Michievicy, engenheira agrônoma do Colmeia Viva.
Analista de uso correto e seguro de defensivos agrícolas, ela destaca ainda que o estudo, integralmente realizado em nível de campo, foca também no serviço de polinização realizado pelas abelhas, principalmente as da espécie Apis mellifera.
De acordo com Rhaissa, fazem parte do levantamento avaliações de qualidade de colônias e apiários, saúde de colônias, técnicas para fortalecimento das colônias, seleção genética de abelhas e estudos sobre abelhas-rainhas, por exemplo, além de localização de apiários, práticas de proteção das abelhas, pasto apícola e a relação entre as diferentes culturas agrícolas e a apicultura, do melão à soja.
“Estudamos ainda boas práticas utilizadas por agricultores, relacionadas à aplicação de defensivos agrícolas, considerando diferentes níveis de dependência de polinização das culturas e o consequente grau de envolvimento do agricultor com o tema”, complementa Rhaissa.
Coexistência harmônica entre lavouras e abelhas
“Elementos do estudo demonstram que com devidos cuidados de parte a parte, tanto agricultor como apicultor se beneficiam da coexistência harmônica entre lavouras e abelhas”, ressalta Daniel Espanholeto, médico veterinário, especialista em uso correto e seguro de defensivos agrícolas do Colmeia Viva. Ele acrescenta que o levantamento representa mais um investimento relevante da indústria, que atua continuamente para promover uma relação ‘ganha-ganha’ entre agricultores e apicultores.
“Algumas culturas agrícolas oferecem recursos para abelhas e atraem apicultores em busca de negócios. Contudo, em várias situações, não existe acordo formal entre proprietário de lavouras e apicultor, o que traz incidentes com abelhas nas aplicações de defensivos agrícolas”, exemplifica Espanholeto. “O diálogo entre agricultores e apicultores é a chave para a proteção de cultivos e das abelhas”, conclui.
Exemplo de sucesso
O apicultor Altair Baiocchi, 47 anos, produz cerca de 26 toneladas anuais de mel, na região de São José do Rio Preto (SP). Seu apiário abriga aproximadamente 830 colmeias e está instalado perto de três grandes usinas de açúcar, etanol e energia.
Ligado à apicultura “desde os avós”, segundo diz, ele está no centro de uma história de sucesso atrelada à proteção de abelhas ante aplicações de defensivos agrícolas. Baiocchi foi um dos primeiros apicultores daquela área a obter suporte do Movimento Colmeia Viva.
Baiocchi se aproximou do Movimento Colmeia Viva por intermédio de usinas da região de Rio Preto. Participou de treinamentos sobre boas práticas agrícolas e apícolas e passou a interagir com a coordenação do movimento.
“Colmeia Viva trouxe mais proteção e segurança às minhas abelhas. Passei a ter acesso a informação. O pessoal das usinas hoje avisa quando tem aplicação e nós agimos no tempo necessário para proteger as colmeias”, reforça ele.
Em seu sexto ano de atividades, o Colmeia Viva registra redução nos relatos de mortalidade de abelhas recebidos pelos canais de atendimento, como o serviço de Assistência Técnica do Movimento (0800 771 8000). A iniciativa da indústria de defensivos agrícolas disponibiliza ainda várias ferramentas de suporte ao diálogo e das boas práticas realizadas no campo, como o aplicativo Colmeia Viva APP.
O site do movimento disponibiliza ainda outros materiais de suporte, como Manual de Boas Práticas e treinamentos customizados para agricultores e apicultores, que podem ocorrer no ambiente digital ou, se necessário, presencialmente. www.colmeiaviva.com.br