O manual do Fundecitrus responde várias perguntas, orientando o citricultor na avaliação de produtos e o manejo correto da doença
O material recém lançado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) ajuda na avaliação de produtos para redução de danos causados pelo greening e reúne sugestões para uma apurada avaliação no pomar, permitindo que o próprio citricultor, além de técnicos do setor, analisem a eficácia de produtos químicos e tratamentos disponíveis no mercado para a diminuição dos danos provocados pela doença.
O pesquisador da entidade, Renato Bassanezi, um dos autores do guia, ressalta que a publicação contribui para o controle adequado e eficiente nas plantas com greening, considerada a mais destrutiva doença da citricultura mundial, se propagando com uma velocidade muito alta – e não tem cura ou tratamento.
“Com o crescimento da doença em algumas regiões do cinturão citrícola, surgem, diariamente, novos produtos e tratamentos que prometem reduzir a severidade dos sintomas e manter ou aumentar a produção das plantas doentes”, explica.
Com isso, segundo o especialista, “o citricultor que possui alta incidência de greening em seu pomar, fica confuso sobre qual produto utilizar, como obter resultados confiáveis e, ainda, não desperdiçar seus recursos em tratamentos que não resolvem o problema”, conta.
O citricultor não quer desperdiçar seus recursos em tratamentos que não resolvem o problema do greening FOTO: DIVULGAÇÃO FUNDECITRUS
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Greening
O especialista do Fundecitrus ensina que a doença é transmitida pelo psilídeo (Diaphorina citri), inseto de coloração branca acinzentada e manchas escuras nas asas, com comprimento de 2 a 3 mm, e muito frequente nos pomares nas épocas de brotação das plantas. Ele vive em plantas de citros e murtas, também chamadas de damas da noite. “Ao se alimentar em pés de laranja, limão e tangerina infectados, o inseto adquire a bactéria do greening, passando a disseminá-la e, durante a alimentação, ele contamina árvores sadias”, informa.
De acordo com o pesquisador, por conseguir percorrer longas distâncias, o inseto pode sair das áreas sem manejo e chegar à área rural, contaminando pomares. “Dessa forma, plantas de citros e murtas sem controle do psilídeo podem influenciar no aumento da incidência de greening no campo”, alerta.
Bassanezi conta que a doença foi detectada no Brasil no ano de 2004 e, desde então, ocasiona grandes perdas para toda a cadeia citrícola brasileira e prejuízos aos produtores nacionais.
“Atacando várias espécies de citros, como laranja o greening preocupa bastante os produtores, porque a doença afeta a qualidade da fruta, comprometendo, sobretudo, o mercado consumidor”, detalha o especialista.
Segundo o pesquisador, o greening é a doença mais devastadora dos pomares citrícolas, já que não há cura para as plantas doentes, ou seja, uma vez contaminadas, é preciso erradicá-la. “As árvores novas afetadas não chegam a produzir e as adultas em produção sofrem uma grande queda prematura de frutos e definham ao longo do tempo”, revela.
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O guia do Fundecitrus ajuda na avaliação de produtos para redução de danos causados pela doença FOTO: DIVULGAÇÃO FUNDECITRUS
Subsídios ao citricultor
O pesquisador destaca que o guia do Fundecitrus responde várias perguntas, oferecendo subsídios para que o citricultor realize a avaliação de produtos e faça o manejo correto da doença. “O material reúne sugestões importantes e, seguindo as recomendações, o citricultor poderá tomar suas próprias decisões embasadas em dados concretos sobre a real eficácia do produto ou tratamento testado na redução dos danos causados pelo greening”, sublinha.
Ele orienta que essas ações poderão evitar prejuízos adicionais com o uso de tratamentos sem efeito sobre a doença.
Resultados promissores
Além disso, de acordo com o pesquisador, “poderão contribuir para o direcionamento das pesquisas do Fundecitrus e o desenvolvimento de experimentos mais detalhados sobre os tratamentos que apresentem resultados promissores”, afirma Bassanezi.
Ele informa que o Fundecitrus tem trabalhado intensivamente na avaliação da eficácia de produtos e tratamentos para a redução dos danos causados pelo greening. “No entanto, a complexidade da doença dificulta a geração de resultados consistentes no curto prazo, pois a avaliação correta e com base científica demanda mais de uma safra e/ou área experimental”, explica.
O greening é considerado a mais destrutiva doença da citricultura mundial – e não tem cura FOTO: DIVULGAÇÃO FUNDECITRUS
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Disponível gratuitamente
O guia é direcionado para citricultores, pesquisadores e profissionais que atuam na citricultura e está disponível gratuitamente no site do Fundecitrus: https://www.fundecitrus.com.
