Ação é motivada pelo aumento da incidência da doença e visa conscientizar sobre a necessidade de ações contra o seu avanço no cinturão citrícola
O Fundecitrus lançou no dia 2 de fevereiro a campanha “Greening é coisa séria”, devido ao aumento da incidência da doença no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, maior região produtora de laranja do mundo, especialmente em terras paulistas.
Segundo levantamento realizado no ano passado pelo Fundecitrus, o greening atingiu seu maior índice médio, de 22,37%, com incidências críticas nas regiões de Limeira (61,75%), Brotas (50,40%), Porto Ferreira (37,84%), Avaré (29,41%) e Duartina (26,15%).
A situação apresentou alguns agravantes: em Brotas, seis em cada dez laranjeiras adultas estão doentes, e em Limeira, sete em cada dez têm a doença, além de alta porcentagem das plantas jovens contaminadas (27,9% e 32%), números similares aos da Flórida, principal região citrícola dos Estados Unidos, que tem sido seriamente prejudicada pelo greening e deve colher este ano a sua menor safra de laranja.
Objetivo
A campanha tem como objetivo conscientizar sobre o perigo que a doença representa para a atividade citrícola, além de estimular a união de todos os elos da cadeia citrícola a realizar ações conjuntas, urgentes e rigorosas visando baixar a incidência de greening.
“Em São Paulo, se o trabalho for feito com extremo rigor por todos, podemos reverter o cenário atual. Temos o conhecimento e as tecnologias necessárias para isso, por isso é fundamental que o citricultor faça sua parte”, diz o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres. “Exemplo disso é a região de Matão [no centro do Estado], onde a doença já afetou mais de 21% das plantas [2017] e está em queda, afetando menos de 10% hoje”, cita.
A campanha tem como peça principal um filme no qual Rolando Boldrin, artista que tem uma relação muito forte com a cultura caipira do interior de São Paulo e com o homem do campo, dá um recado sobre a seriedade da situação e importância de agir de maneira imediata com o conhecimento disponível hoje, desenvolvido pelo Fundecitrus e instituições parceiras. Para assistir, acesse https://www.youtube.com/watch?v=0fQAC0C7u7A.
A doença
Considerada a mais destrutiva doença da citricultura mundial na atualidade, o greening é causado por uma bactéria e ainda não tem cura. Está presente nas Américas, na Ásia e na África. Segundo a Coordenadoria de Defesa Agropecuária – CDA, 2021), no Brasil, já causou a eliminação de mais de 61 milhões de árvores desde 2005, um ano após ser identificada, na região de Matão.