Modelo, feito com materiais de baixo custo, é uma alternativa sustentável para a agricultura familiar
Cada vez mais, o produtor rural busca alternativas sustentáveis para utilização no dia a dia da propriedade. Da mesma forma, a pesquisa tem desenvolvido soluções para atender essa demanda crescente. Um exemplo é o uso de secador solar para a desidratação de produtos agrícolas e florestais, com o aproveitamento da radiação solar, energia limpa e renovável, durante o processo.
Nesse sentido, a Embrapa Florestas desenvolveu um modelo de secador com materiais de baixo custo ou desuso, para o beneficiamento de matérias-primas, que pode tornar-se uma fonte de renda e de geração de emprego, principalmente para a agricultura familiar.
A construção do secador solar utiliza ripas, cano de PVC, compensado de madeira, os quais podem ser substituídos por taquaras/bambu ou outros materiais disponíveis na propriedade. O processo completo pode ser conferido no Comunicado Técnico 479, de autoria de Washington Luiz Esteves Magalhães, Engenheiro Químico, doutor em Ciências e Engenharia de Materiais pesquisador da Embrapa Florestas, Colombo, PR; Francielen Paola de Sá, Engenheira Florestal, doutora em Agronomia, bolsista do CNPq na mesma.
Segundo os autores do comunicado, outro benefício do secador solar é o custo energético nulo, uma vez que são utilizados dois recursos naturais gratuitos e abundantes: a energia solar e o vento, o que torna o desidratador uma alternativa limpa e barata para o pequeno produtor rural.
Funcionamento
O princípio de funcionamento do secador solar é baseado no efeito estufa, fenômeno físico em que a radiação solar transpassa a lona plástica que recobre a estrutura e, dentro do secador, parte da radiação recebida não é dissipada, elevando a temperatura interna.
Para que esse fenômeno ocorra de forma eficiente, o secador solar é dividido em três compartimentos: coletor solar, câmara de secagem e câmara de desumidificação. O tempo de secagem depende das condições atmosféricas (temperatura e umidade relativa do ar) e do tipo de produto a ser desidratado.
De acordo com a publicação, no coletor solar, o ar é aquecido e, então, transferido para a câmara de secagem, onde o material a ser seco ficará, Na câmara de desumidificação, há um exaustor eólico acoplado a um cano de PVC que possui várias aberturas ao longo do seu comprimento, proporcionando a ventilação e a saída do ar úmido.
O secador solar permite a desidratação de vários tipos de matérias-primas, como madeira, ervas medicinais ou qualquer cultura produzida na propriedade. O modelo proposto foi testado na Embrapa Florestas com resíduos da agroindústria do palmito pupunha.
Mais informações no link: (https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1145471/1/EmbrapaFlorestas-2022-ComunicadoTecnico479-1.pdf), onde o interessado pode baixar a publicação em pdf.