As tensões no país europeu podem causar impacto no agronegócio brasileiro, uma vez que o Brasil importa atualmente 85% do potássio que utiliza na agricultura nacional
Há algumas semanas, Belarus, país localizado no Leste Europeu, está sofrendo uma onda de protestos e greves de trabalhadores que pedem a renúncia do presidente Alexander Lukashenko, considerado o último “ditador” da Europa, eleito pela sexta vez, no dia 9 de agosto.
As tensões do país podem causar impacto no agronegócio brasileiro, caso afete a oferta de potássio disponível no mercado, já que o país é responsável por 25% da produção mundial do fertilizante, e o Brasil importa atualmente 85% do potássio que utiliza na agricultura nacional.
De acordo com o especialista Marcelo Mello, da consultoria StoneX, “No curto prazo não há risco de desabastecimento. Como o Brasil é o maior importador mundial desse produto, as próprias empresas fazem estoques aqui no país para quando a demanda subir, haja produto para ser vendido. Mas agora, a preocupação está em volta do preço, e a expectativa no mercado internacional é que o preço suba até US$ 20 no curto prazo diante de todas essas incertezas. E, caso esse cenário continue, já há quem espere uma alta de até US$ 70 no preço final”.
Para Mateus Batistella, pesquisador do Nepam-Unicamp e da Embrapa Informática Agropecuária, se ocorrer uma diminuição significativa da exportação desse fertilizante, pode haver impacto na produção brasileira de commodities agrícolas.
“É importante que o Brasil busque fontes alternativas de potássio para diminuir a dependência externa desse insumo”, afirmou Batistella.
O Brasil é o maior importador mundial de potássio, com 6 milhões de toneladas de cloreto de potássio (Kcl) até julho, ante 10,45 milhões de toneladas adquiridas em todo o ano passado, de acordo com dados do Ministério da Economia.