Recursos do fundo podem ser usados na aquisição de imóveis rurais e no encarteiramento de títulos creditórios do agro
Para manter o ritmo de crescimento do agronegócio, que este ano deve colher uma safra de 268,2 milhões de toneladas (5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022 divulgado dia 10/2 pela Companhia Nacional de Abastecimento – Conab), é necessário continuar investindo em pesquisa agropecuária, na abertura de novos mercados, na infraestrutura de armazenagem e escoamento da produção. Porém, é também importante contar com novos instrumentos de financiamento para reduzir a dependência do setor em relação a recursos do sistema oficial de crédito, cada vez mais caros e escassos.
Nesse cenário, surgiram os Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (FIAgro), com o objetivo de aproximar o mercado de capitais do agronegócio e canalizar recursos de investidores para as atividades agropecuárias, com financiamento mais barato, prazo mais acessível e com garantias mais executáveis.
Segundo o deputado federal Arnaldo Jardim, presidente do Cidadania-SP, também, diretor de Infraestrutura e Logística da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), os recursos do FIAgro poderão ser utilizados na aquisição de imóveis rurais, no encarteiramento de títulos creditórios do agro, como o CRA, ou na compra de valores mobiliários (ações e obrigações) e cotas de sociedades.
Benefícios
“Além de ampliar as fontes de recurso, o FIAgro surge ainda como uma excelente opção de investimento, em especial para o pequeno investidor, que não tinham acesso a esses ativos e agora poderão usufruir dos ganhos de um dos setores que mais cresce na economia brasileira”, afirma. “A entrada de mais investidores aumentará a liquidez, a transparência e a segurança jurídica para o Agro.”
“O FIAgro está se transformando rapidamente em uma importante fonte de crédito para o agronegócio e, portanto, um instrumento de fortalecimento da atividade agropecuária. Com mais recursos, mais empregos e mais renda, o setor agroindustrial poderá crescer ainda mais e continuar a ser o polo dinâmico da retomada econômica”, comenta
A Lei 14.130/2021, que instituiu os Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, foi um projeto de autoria do deputado Arnaldo Jardim, cuja elaboração contou com a participação ativa da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e recebeu contribuições de entidades representativas do Sistema Financeiro e Setor Produtivo.
De acordo com o presidente do Cidadania, sua aprovação recorde, em cinco meses, entre a apresentação da proposta e a sanção presidencial, só foi possível “graças a uma convergência política e um censo de urgência que uniu o Legislativo, o Executivo e o setor produtivo em prol do agro que é um patrimônio nacional”.
Atualmente, segundo o Ministério da Economia, há 31 fundos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a maior parte lastreados em imóveis rurais, CRAs e LCAs, e cujos valores de emissão ultrapassam 7 bilhões de reais.