Rodovias federais e estaduais enfrentam bloqueios em diversos trechos, dificultando a mobilidade e a entrega de mercadorias (Foto: SETCERGS)
As recentes e persistentes chuvas que têm assolado o estado do Rio Grande do Sul desde o início da semana não apenas geram preocupações quanto a possíveis alagamentos, mas também têm um impacto significativo no setor de transporte de cargas e logística, afetando diretamente o agronegócio.
Rodovias federais e estaduais enfrentam bloqueios em diversos trechos, dificultando a mobilidade e a entrega de mercadorias. Com pelo menos dezoito trechos totalmente interditados e mais de cinquenta pontos com tráfego restrito nas estradas estaduais, o setor enfrenta desafios para garantir o fluxo de transporte.
Sérgio Mário Gabardo, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Estado (SETCERGS), expressa uma grande preocupação com a situação atual, ressaltando o acúmulo de eventos climáticos prejudiciais para a economia gaúcha.
Além das chuvas, o estado já enfrentava problemas decorrentes de estiagens e enchentes anteriores, o que agrava ainda mais a situação.
“O povo do Rio Grande do Sul já vinha enfrentando uma estiagem e duas enchentes. Agora, este novo episódio climático é muito sério. Se antes já tínhamos estradas mal conservadas e mal sinalizadas, agora acabou de vez”, lamentou.
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O impacto no setor agrícola é particularmente preocupante, uma vez que as condições climáticas adversas afetam diretamente a produção e, consequentemente, o transporte de produtos.
A falta de acesso às estradas também levanta questionamentos sobre quem arcará com os prejuízos decorrentes de caminhões parados ou da necessidade de desvios de rotas.
Além das preocupações com as perdas econômicas, há também uma preocupação social, com empresas de transporte se mobilizando para auxiliar famílias afetadas pelas enchentes. Cargas perecíveis, como produtos lácteos e cargas vivas, são prioritárias devido ao risco de deterioração.
“O mais grave são as cargas perecíveis, porque vão estragar. Então, transporte de itens como produtos lácteos e cargas vivas são mais urgentes, além do próprio transporte de combustível que não pode parar”, afirma o diretor efetivo do SETCERGS, Eduardo Luiz Richter.
A continuidade das chuvas e a previsão de mais precipitações reforçam a necessidade de uma resposta coordenada e eficaz para lidar com os desafios impostos pelas condições climáticas extremas, visando a minimizar os impactos no setor de transporte e no agronegócio como um todo.