Atividade é responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil (Foto: CAT -Iniciativa para o Comércio Sustentável)
Formada por diversos integrantes e componentes, a complexa cadeia de alimentos no Brasil é principal locomotiva que leva comida à mesa de milhares de brasileiros nos quatro cantos do País. O Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado em 25 de julho, é uma homenagem aos pequenos produtores brasileiros que contribuem para manter a cadeia em funcionamento.
Apesar do compromisso desses trabalhadores, somente o amor pela terra e pelas coisas do campo não são suficientes para que o pequeno e o médio produtores consigam ter uma produção sustentável e com qualidade. O esforço do trabalho tem de ser acompanhado com muito planejamento e capacitação. É justamente nesse quesito que entra Associação Clube Amigos da Terra (CAT), uma entidade de auxílio aos produtores, que tem, entre seus objetivos, desenvolver o papel fundamental na saúde desse ecossistema social.
A presidente do CAT Sorriso, Dudy Paiva, conta que a entidade, com quase 20 anos de atividade, surgiu com o propósito de ajudar os produtores a produzirem mais e melhor. “Temos consultores especializados, dentro de uma área específica de atendimento a pequenos agricultores, que vão a campo e colocam a mão na massa. Por isso, queremos prestar essa homenagem e celebrar a vida dessa importante parcela de nossa sociedade”, destaca a presidente.
De acordo com levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil vêm de pequenas propriedades como, por exemplo, a do produtor Silveira Ferreira dos Santos, que cultiva batata e outras hortaliças, no Assentamento Jonas Pinheiro, em Sorriso.
“Comecei na lida ainda criança, junto com os meus pais, que também eram agricultores. A rotina de plantar e colher não é uma tarefa fácil, mas não podemos desanimar”, afirma Silveira que destina seu plantio para o Ceasa da cidade e para as escolas municipais.
Outro exemplo é da produtora Nalza Olimpio da Silva, que cultiva abobrinha, mandioca, alface, rúcula, limão, goiaba e couve, além de produzir frango, também no assentamento Jonas Pinheiro. Ela acredita que o futuro da agricultura, se levado com honestidade e objetivos claros, além de opção de renda, pode ser uma alternativa para um estilo de vida mais saudável.
“A ajuda do CAT gera uma expectativa muito boa para viver e colocar comida na mesa, não só na de nossas famílias, como de outras por todo País”, ressalta a produtora.
Essa realidade mostra que a revolução em curso na agricultura brasileira não movimenta somente as grandes e milionárias cooperações, mas também alcança os pequenos produtores e deve impactar o dia a dia numa mudança de mentalidade.
“Como qualquer ramo de atividade, a agricultura familiar está passando por um momento de reinvenção, com a inclusão de novas tecnologias, seja nos processos de cultivo, seja na comercialização dos produtos”, afirma Marcelo Alexandre Ferreira, analista de negócios do Sebrae, que trabalha na interlocução dos programas com CAT desde 2015.
O analista afirma que a produção e consumo de alimentos é uma necessidade, porém, a cada dia, o perfil dos consumidores vem mudando e essas mudanças precisam ser acompanhadas pelos trabalhadores do campo.
“Para acompanhar a evolução e o aumento na demanda por alimentos, os produtores devem buscar as entidades parceiras, como o CAT e o Sebrae, por exemplo, e aproveitar todos os programas e iniciativas em andamento”, orienta, e arremata destacando que esse é um momento para refletir sobre os rumos da agricultura familiar e sobre o futuro de um setor fundamental para a sobrevivência de um País inteiro.