Informações sobre qualidade, benefícios e procedência dos produtos apícolas estão disponíveis na publicação
Lançada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais, a cartilha “Mel e outros Produtos da Colmeia” aborda a cadeia produtiva do mel e seus derivados, com o objetivo de levar aos consumidores, informações seguras para compra de produtos de qualidade.
A elaboração da cartilha é uma iniciativa da Câmara Técnica Setorial do Mel e Produtos da Abelha, que representa o setor no Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), da Secretaria de Agricultura, e contou com a colaboração do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da Federação Mineira de Apicultura (Femap) e da Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap).
Segundo o assessor técnico especial da Apicultura da Seapa, Frederico Ozanam de Souza, o setor enfrenta alto índice de falsificações e adulterações. “Estudos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) mostram que mais de 30% do mel produzido no País é adulterado. A cartilha visa disponibilizar informações para que o consumidor saiba identificar o mel puro do falsificado, evitando os prejuízos tanto para quem compra quanto para a cadeia produtiva”, explica.
Cristalização
A cristalização do mel, uma das principais dúvidas dos consumidores, é um processo natural, que ocorre devido à separação da glicose da frutose, com formação de cristais. A origem da florada e a temperatura nos locais de produção influenciam no tempo que o mel leva para cristalizar. Nos lugares de clima frio ou temperado, o mel cristaliza mais rapidamente, enquanto nos locais de clima quente as pessoas até desconhecem essa característica.
O mel de flor de laranjeira, por suas características, demora para cristalizar, enquanto o mel de flor de eucalipto cristaliza mais rapidamente. “Consumir o mel cristalizado não é um problema, já que isso não altera seu sabor ou propriedades e nem é prejudicial à saúde. A melhor opção para descristalizar é no banho-maria, em temperatura inferior a 45° centígrados”, orienta o assessor da Seapa.
Cuidados
A fermentação é um processo indesejado e não deve ser encontrado em produtos de qualidade que seguem as boas práticas de produção e processamento, pois está associada às altas taxas de umidade e à presença de fungos e leveduras. Em geral, o mel fermentado apresenta espuma na superfície e sabor ácido desagradável, impróprio para o consumo.
Segundo Souza, o mel ‘maduro’ é um açúcar concentrado, mas quando colhido ‘verde’ ou antes da hora apresenta alto teor de água. “Quando é processado em locais úmidos, pode absorver água, aumentando a chance das leveduras se reproduzirem. Sendo assim, mel com umidade acima de 20% tem maior possibilidade de fermentar (azedar)”, explica.
Recomendações
Os rótulos comerciais, no Brasil, avisam que o mel não é recomendado para crianças menores de 1 ano de idade, pela possibilidade de transmissão do botulismo infantil. Pessoas diabéticas não devem consumir o produto sem orientação médica.
Mas, os produtos da colmeia não se limitam ao mel. Além dele, as abelhas produzem geleia real, própolis (incluindo a própolis verde, cuja produção tem forte demanda do mercado externo), cera de abelhas, apitoxina e pólen.
Na cartilha, o consumidor encontrará informações sobre cada produto das abelhas, propriedades, composição e indicação de uso, além de orientações sobre o que fazer para remover um enxame nos centros urbanos.“A cartilha tem um conteúdo diversificado e linguagem técnica acessível e de fácil compreensão pelo público consumidor”, arremata o assessor especial da Seapa.