As plantas têm quatro necessidades vitais para crescer: elas precisam de luz, água, um solo para desenvolver raízes e de nutrientes. Quando os nutrientes estão presentes na terra, tudo vai bem, mas quando eles se acabam, o produtor rural deve repô-los.
“As perdas de nutrientes por diversos processos e a exportação pela colheita favorecem o esgotamento dos nutrientes no solo. Como resultado, torna-se necessário fornecer suplementos de nutrientes. Esses suplementos são chamados de adubos ou fertilizantes”, informa o engenheiro agrônomo Valter Casarin, da iniciativa Nutrientes para a Vida, braço da Nutrients for Life Foundation no Brasil, uma organização global com sede em Washington (EUA).
Segundo ele, as quantidades a serem aplicadas vão de encontro às necessidades específicas de cada planta. “Isso porque uma laranja não tem as mesmas necessidades que uma roseira ou uma orquídea.”
Tipos de adubos
Existem três tipos diferentes de fertilizantes: minerais, orgânicos e organominerais. “Os primeiros são compostos por substâncias de origem mineral, produzidas pela exploração de depósitos naturais de diferentes rochas”, destaca Casarin.
“Esses fertilizantes contêm os nutrientes primários NPK – nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Dependendo da concentração, podem ser mais ou menos nitrogenados, fosfatados ou potássicos e, portanto, atendem às diferentes necessidades nutricionais das plantas que, como já dito, não são as mesmas.”
As plantas que precisam mais de nitrogênio (N) são aquelas que, essencialmente, produzem folhas como, por exemplo, vegetais folhosos (espinafre, alface, etc.), gramados, plantas verdes de interior, bambu e outros arbustos com folhagem decorativa.
Requerem mais fósforo (P), principalmente plantas com flores e frutos, mas também sementes de hortaliças, como ervilhas, lentilhas. Já as que pedem mais potássio (K) são arbustos floridos, árvores frutíferas, bulbos, raízes e rosas.
Mineral e orgânico
Os fertilizantes minerais são concentrados e facilmente assimilados pelas plantas. “Eles não são feitos para alimentar o solo, mas para melhorar a fertilidade do solo para nutrir adequadamente as plantas”, diz o engenheiro agrônomo.
Já os orgânicos são de origem animal ou vegetal – às vezes, ambos. “Resíduos orgânicos de origem animal geralmente vêm de resíduos industriais. Alguns exemplos de resíduo orgânico de origem animal: húmus de minhoca, esterco, farinha de ossos, guano (excrementos de aves).”
“Os resíduos orgânicos de origem vegetal são oriundos da compostagem de plantas, algas ou preparações como esterco, entre outros”, relata Casarin.
Adubo verde
Também conhecido como “adubo verde”, algumas plantas são cultivadas e depois cortadas no próprio local de cultivo. “Pela decomposição, liberam minerais em profundidade, graças ao seu importante sistema radicular. Outras liberam nutrientes para outras plantas, enquanto favorecem a microbiologia do solo.”
“Os fertilizantes orgânicos promovem a rápida multiplicação da microflora do solo. Eles não são imediatamente assimiláveis pela planta, porque precisam ser primeiro transformados em íons minerais pelas bactérias do solo. Na verdade, você enriquece o solo para promover o bom desenvolvimento de suas plantas.”
Organominerais
Por fim, os fertilizantes organominerais são compostos de substâncias minerais, bem como de substâncias orgânicas de origem animal ou vegetal. De acordo com Casarin, trata-se de “uma mistura de fertilizantes minerais e fertilizantes orgânicos, ou seja, com um efeito complementar”.
“Os elementos minerais disponibilizarão rapidamente nutrientes às plantas, e os elementos orgânicos enriquecerão o solo para fornecer nutrientes em um segundo momento.”
Conforme o engenheiro agrônomo, “existem várias formas de fertilizantes, mas o objetivo é sempre o mesmo: alimentar suas plantas”. “Trata-se de um cuidado vital.”