Consultoria Agro do Itaú BBA prevê encarecimento de produtos e diminuição do tamanho dos ovos de Páscoa (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
A Páscoa que se aproxima deve ficar um pouco menos doce. A menor oferta e o consumo resiliente elevaram os preços do cacau na última safra levando a um repasse para os preços do chocolate, de acordo com a Consultoria Agro do Itaú BBA. Como consequência, são esperados ovos de páscoa menores para driblar os custos e não assustar o bolso do consumidor.
Na análise do Itaú BBA, a indústria chocolateira tem adotado uma série de estratégias para evitar que o alto custo chegue ao consumidor, principalmente com a proximidade da Páscoa, época do ano em que os chocolates se tornam o principal alvo da população: vender porções menores e ofertar uma variedade maior de produtos.
As condições climáticas em vários países da África, marcadas por escassez e excesso de chuvas, e o aumento de pragas e doenças, principalmente de origem fúngica, impactaram a produção do cacau no continente africano, que atualmente é o maior produtor mundial da amêndoa.
“O envelhecimento das árvores, práticas agrícolas inadequadas e o baixo volume de investimentos nas lavouras na Costa do Marfim e Gana, os dois principais países produtores e que juntos somaram 2,2 milhões de toneladas na última safra, deixaram a safra mais suscetível ao clima, o que afetou diretamente a produtividade e, consequentemente, os estoques globais da commodity”, afirma Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA.
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O cacau utilizado na produção dos chocolates encontrados nas prateleiras de supermercados nos dias de hoje foi comprado no fim do ano passado.
Por esse motivo, os preços refletem a alta de 130% que atingiu o preço do cacau em 2024, sendo a commodity agrícola com maior nível de encarecimento no consolidado do ano passado, segundo a consultoria.
Para a próxima safra do Brasil, cujos principais estados produtores são Bahia e Pará, responsáveis por 95% da produção nacional, a previsão é de maior produtividade, o que deve levar ao aumento da oferta e diminuição dos preços, que devem seguir em patamares altos, mas inferiores ao quadro atual, aponta o Itaú BBA.