Cafeicultores da Região do Cerrado Mineiro, Minas Gerais, que engloba as regiões do Triângulo, Noroeste e Alto Paranaíba, produzem um café diferenciado. A Região detém o selo de Indicação Geográfica (IG), nas categorias Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO) – reconhecidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)
O café produzido no Cerrado resulta de um terroir influenciado pelas características exclusivas da região, que possui perfeita definição das estações climáticas, com verão quente e úmido e inverno ameno e seco. Solo, clima, variedades plantadas e sistemas de cultivo conferem identidade única ao café do Cerrado Mineiro
Com altitude variando de 800 a 1.250 metros, temperatura entre 18 e 23 graus e índice pluviométrico de 1.600 milímetros por ano, a região é livre de geadas. Sua topografia plana favorece a mecanização das lavouras, cujos principais diferenciais são as floradas intensas e a maturação uniforme dos grãos, que favorece a colheita concentrada.
Os aromas intensos, com notas que variam do caramelo a nozes, a acidez delicadamente cítrica, corpo moderado a encorpado e sabor achocolatado de longa duração são as características do café produzido na região.
O Café da Região do Cerrado Mineiro conquistou a Indicação de Procedência, do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em 2005. O produto é garantido pelo Selo de Origem e Qualidade da Região do Cerrado Mineiro, que atesta a origem do café produzido, ou seja, na área demarcada que abrange 55 municípios da região noroeste de Minas Gerais.
Boas práticas
O Café da Região do Cerrado Mineiro obedece a um programa de avaliação de conformidade com o processo de certificação da propriedade produtora de café que avalia as boas práticas agrícolas, a responsabilidade social, a rastreabilidade e o respeito ao meio ambiente.
Os lotes de café seguem para armazéns credenciados, onde são classificadas as características sensoriais e emitido um laudo. Em seguida, é expedido um certificado e cada saca de café recebe um lacre e um código de barras que pode ser rastreado.
Valor compartilhado
“Café produzido com Atitude – ético, rastreável e de alta qualidade” é o lema dessa associação de produtores, organizados na Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que reúne seis associações e oito cooperativas.
Para eles, o “café de atitude” deve gerar “valor compartilhado” para todos os envolvidos. É papel da Fundação do Café do Cerrado atuar na geração de valor ao café para toda a cadeia produtiva. A Indicação Geográfica Protegida no âmbito internacional, protege e distingue o produto no mercado mundial.
Desde 2012, os produtores contam com um novo sistema de rastreabilidade da certificação de origem, desenvolvido pelo programa Sebraetec. Trata-se de um programa Web que, entre outros benefícios, garante a exclusividade do grão, protegendo os produtores.
“O sistema sustenta a qualidade do café e garante que, lá na gôndola, o consumidor final vai saber sobre a origem e a história da bebida que está adquirindo”, ressalta o analista técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Marcos Geraldo Alves da Silva.
Fonte: Revista A Lavoura Ed. 699 e Sebrae