Com sabor agradável e aroma frutado, o produto recebeu uma das quatro últimas Indicações Geográficas (IGs) do País, integrando o Mapa das IGs 2019, na espécie Indicação de Procedência (IP)
O café produzido na Região Oeste da Bahia é reconhecido pelo sabor com excelente doçura e boa acidez, além da fragrância levemente frutada e floral. O produto faz parte da lista de quatro novas Indicações Geográficas do Mapa das IGs do Brasil 2019, publicado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O fruto do cafeeiro é produzido sob condições de temperaturas médias que variam entre 22 e 26 graus, não havendo riscos de geadas, nem interrupções no desenvolvimento do cafezal durante o ano pela pouca variação na temperatura. A pluviosidade média com cerca 1.600 milímetros está distribuída entre os meses de outubro e abril.
No período seco, a compensação ocorre pela irrigação, que conta com grande disponibilidade de água subterrânea ou de superfície de um dos maiores aquíferos do Brasil, o Urucuia. Este período seco gera grande contribuição para as operações de colheita e pós-colheita, pois não conta com chuvas.
Com luminosidade de aproximadamente três mil horas por ano e altitudes médias de 800 metros, as condições são favoráveis para o bom desenvolvimento do café tipo arábica. O relevo plano, típico do cerrado, tem permitido alta tecnificação em todas as fases do processo de produção. Estas características, somadas ao perfil empresarial dos cafeicultores oriundos de áreas tradicionais de cultivo de café no Brasil, possibilitam a criação de um cenário de sucesso da região.
Histórico do plantio
Segundo a Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacafé), a história da cafeicultura na região pode ser dividida em duas fases. A primeira nos anos 1960/1970, época em que se plantava no sistema de sequeiro e apenas para subsistência. Os registros do início do século XX mostram que o café já era comercializado em Barreiras, um dos municípios que fazem parte da região abrangida pela IG.
A segunda fase se deu a partir de 1994, quando o Oeste da Bahia, que ocupa predominantemente área de Cerrado, mostrou sua aptidão para a cultura irrigada de café e iniciou o plantio comercial e irrigado. Hoje a área é responsável por cerca de 20% da produção total de café do Estado da Bahia.
A zona geográfica delimitada abrange os terrenos com altitudes a partir de 700 metros dos seguintes municípios: Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia, Riachão das Neves, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério, Catolândia, Baianópolis, Correntina, Jaborandi e Cocos.
Larga escala
Aproveitando-se das condições naturais desta região cafeeira, os empresários dinamizaram o processo de produção através do investimento em tecnologia. Modernas máquinas e insumos são de uso comum, permitindo as maiores produtividades de café do Brasil.
Além da produção familiar, grandes grupos empresariais também investem na cafeicultura. Este intercâmbio contribui para a constante profissionalização do setor, uma vez que o módulo médio de área com café é de aproximadamente 300 hectares por propriedade.
As grandes áreas exigem maiores atenções nos aspectos administrativos, técnicos e infra-estrutura. Estes elementos ajudam a formar o perfil encontrado no ambiente de produção no Oeste da Bahia.
Para impulsionar o setor, a região conta com a atuação dos mais importantes fornecedores de máquinas e insumos, agentes financeiros, grandes exportadores estimulados pela presença do porto de Salvador a 900 km, juntamente com a organização setorial através da Abacafé e outras entidades.
Responsabilidade social e ambiental
Esta dinâmica e a moderna produção se aliam com a preservação e monitoramento ambiental. As áreas produtivas encontram-se integradas às áreas de preservação ambiental, mantendo a flora e fauna local. Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente são respeitadas nas fazendas, juntamente com o constante monitoramento do uso da água pelos órgãos ambientais competentes.
Da mesma forma, os aspectos sociais que envolvem os colaboradores são cumpridos adequadamente, promovendo saúde e segurança no trabalho e, paralelamente, a valorização do bem estar humano.
Os aspectos sociais e ambientais mantêm padrões de adequações conforme a legislação brasileira e recomendações de diversas certificações internacionais, especialmente a Utz Certified. Desta forma, está sendo possível uma das mais modernas cafeiculturas do mundo, com produtividade e sustentabilidade.