A cadeia produtiva do café nas “Matas de Rondônia” inclui produtores indígenas, familiares, orgânicos e empresariais com foco na produção sustentável
O Estado de Rondônia recebeu a concessão da Indicação Geográfica, na espécie Denominação de Origem para o café das Matas de Rondônia, que foi publicado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na revista da Propriedade Industrial (RPI), na terça-feira (1). É o primeiro estado do Brasil e a primeira unidade do mundo a ter uma identificação para espécie de café Coffea Canephora.
Órgãos como a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estiveram envolvidos diretamente nesse trabalho.
O relatório cita o histórico da chegada da cafeicultura em Rondônia, as condições de solo e de clima, além da caracterização do café produzido nos municípios.
No documento, fica evidente a diferença da produção do café de Rondônia com relação a outras regiões do Brasil e do mundo. A base genética das plantas responsáveis pela produção de 80% do café local é resultante do cruzamento entre as variedades conilon e robusta, selecionadas ao longo de anos pelos produtores rurais. A consequência desse cruzamento foi um café diferenciado, que passou a ser chamado de Robustas Amazônicos.
Para o secretário de Estado da Agricultura de Rondônia, Evandro Padovani, as ações feitas pelo governo estadual nos últimos oito anos mostra a solidez das políticas em apoio à cafeicultura. “É um trabalho a longo prazo, uma conquista que não ocorre da noite para o dia. Todas ações que são discutidas pela Câmara Setorial do Café, são trazidas para o Governo, que toma as providências para decidir conforme o segmento nas esferas municipais, estaduais e federais”.
Mercado internacional
Padovani destaca, que por meio da união entre as unidades, são buscadas importantes certificações para a abertura do mercado nacional e principalmente o internacional. “Com isso, trazemos segurança a todos os cafeicultores do Estado. Queremos mostrar que Rondônia possui uma cafeicultura consolidada com quantidade, produtividade e qualidade do produto”.
O engenheiro agrônomo e assessor da Secretaria de Agricultura, Janderson Dalazen, explica que o processo ocorrido para Rondônia obter a Identificação Geográfica teve início com o projeto da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
“Por meio da Câmara Setorial do Café e os parceiros, trabalhamos para construir esse processo para chegar na Identificação Geográfica, sendo gestor do trabalho, delimitando a região das “Matas de Rondônia”, onde se produz mais café em todo o Estado”, argumenta.
Dalazen afirma que a partir de agora, a marca “Robusta Amazônico” está registrada e Rondônia será visto com outros olhos, sendo importante para o Estado. “Passamos a ter a primeira Identificação Geográfica para o café da espécie Coffea Canephora, a segunda espécie de café mais cultivada do planeta”.
O governador Marcos Rocha parabenizou aos técnicos do Governo de Rondônia, as secretarias e associações de cafeicultores envolvidas, produtores e parceiros que estiveram envolvidos nesta conquista para o Estado e reafirmou o compromisso da parceria, trabalhando no fortalecimento da cafeicultura.
Matas de Rondônia
A área da denominação “Matas de Rondônia” abrange as regiões do Rio Machado, Zona da Mata até o Vale do Guaporé, compreendendo os municípios de: Alta Floresta D’Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Alvorada D’Oeste, Cacoal, Castanheiras, Espigão D’Oeste, Ministro Andreazza, Nova Brasilândia D’Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Primavera de Rondônia, Rolim de Moura, Santa Luzia D’Oeste, São Felipe D’Oeste, São Miguel do Guaporé e Seringueiras, totalizando 15 municípios.
Atualmente, a cadeia produtiva do café nas “Matas de Rondônia” inclui produtores indígenas, familiares, orgânicos e empresariais com foco na produção sustentável. O perfil sensorial do café produzido na região inclui a presença dos seguintes descritores: doce, chocolate, amadeirado, frutado, especiaria, raiz e herbal. O café local encontra-se pontuado acima de 80 na metodologia Speciality Cofee Association (SCA), o que atesta sua qualidade.
“Nós temos um café especial, trabalhado com boas práticas e de sustentabilidade. Quando alguém comprar esse produto em qualquer parte do mundo, poderá verificar a embalagem com a identificação geográfica “Matas de Rondônia” robusta amazônico, por meio do “QR Code” e saber do trabalho realizado até chegar à mesa”, ressalta Dalazen.
Deste modo, conforme a apresentação do documento, o café Robustas Amazônicos apresenta alto grau de adaptabilidade às condições da região das “Matas de Rondônia”, resultando em características diferenciadas do produto local quando comparado às demais regiões produtoras.
Fonte: Governo do Estado de Rondônia