É durante o verão que os quadros se agravam, principalmente porque as pessoas tiram férias, vão à praia e passam a consumir mais saladas, alimentos crus e a ingerir mais água – que nem sempre é potável.
A intoxicação alimentar nada mais é do que um problema de saúde causado pela ingestão de água ou de alimentos contaminados por toxinas ou parasitas, como os fungos, vermes, vírus e bactérias. E é durante o verão que os quadros se agravam, principalmente porque as pessoas tiram férias, vão à praia e passam a consumir mais saladas, alimentos crus e a ingerir mais água – que nem sempre é potável.
Segundo a Dra. Maira Marzinotto, gastroenterologista na Rede São Camilo de São Paulo, qualquer alimento não cozido, como os peixes crus e as carnes malpassadas, leites e queijos não pasteurizados, verduras mal-lavadas, produtos mal-acondicionados e fora da validade podem causar intoxicação.
“Esse problema normalmente se manifesta com sintomas digestivos, como náuseas, vômitos e diarreia e podem vir acompanhados de febre, mal-estar e dores abdominais”, completa.
O diagnóstico geralmente é feito após o relato de a pessoa ter comido alimentos crus ou malpassados, verduras cruas ou ter bebido água não potável. Dado o diagnóstico, o tratamento para os casos mais leves é feito com hidratação à base de isotônicos, água de coco e sucos. Já nos casos mais graves, podem ser indicadas medicações antiparasitárias ou antibióticas, além de hidratação por soro.
Recuperação
Os cuidados com a saúde não param por aí, já que durante o período de recuperação o paciente precisa manter uma dieta especial. “Eles devem ingerir muitos líquidos, fazer uma dieta leve, sem gorduras e com poucos alimentos fermentativos, como leite, grãos e massas, além de evitar a ingestão de verduras cruas, pelo menos até a recuperação total”, explica a gastroenterologista.
Para finalizar, Dra Maira recomenda que o paciente em tratamento tente comer sempre que possível em casa e evite ingerir bebidas alcoólicas e refrigerantes.
Segundo a médica nutricionista do Instituto HCor, Maria Fernanda D´Ottavio, poucos casos de intoxicação exigem internação, mas é importante que um posto médico seja procurado assim que os sintomas se manifestarem. Para amenizar o mal-estar, o ideal é muito repouso e hidratação.
“Os cuidados que temos usualmente com os alimentos devem ser redobrados, principalmente ao nos alimentarmos fora de casa. Na praia, os cuidados devem ser ainda maiores, já que além do calor intenso, vários alimentos são vendidos sem os devidos cuidados com a higiene”, explica a D´Ottavio.
Outras precauções
Para evitar a intoxicação alimentar neste período de altas temperaturas, a nutricionista Maria Fernanda D´Ottavio, dá algumas dicas:
- Evitar alimentos crus ou mal cozidos. Prefira alimentos que passem por altas temperaturas para serem preparados;
- Atente-se a temperatura dos refrigeradores onde os alimentos são armazenados. Temperaturas inferiores à 4ºC são mais seguras para evitar a proliferação de micro-organismos;
- Consuma imediatamente os alimentos cozidos. Caso sobre, guarde-os em recipientes na geladeira;
- Evitar porções feitas com excessiva antecipação;
- Evitar alimentos em conserva como palmito e molhos caseiros como maionese;
- Mantenha os alimentos crus longe dos cozidos;
- Não consuma alimentos com alteração de odor, cor e sabor;
- Não ingira alimentos em embalagens danificadas;
- Atente-se a higiene do local, desde higiene pessoal dos funcionários e também dos utensílios e local;
- Consuma apenas água potável;
- Evite o consumo de alimentos em ambulantes. Prefira quiosques, lanchonetes ou estabelecimento com estrutura e higiene adequada.