Considerado o “segundo cérebro”, o intestino tem impacto direto na imunidade, humor, sono, pele e até desempenho físico
Durante muito tempo, o intestino foi visto apenas como um órgão digestivo. Hoje, a ciência já mostra que ele é peça central para o funcionamento de todo o organismo, tanto que ganhou o apelido de “segundo cérebro”.
Além de digerir e absorver nutrientes, o intestino participa ativamente da regulação imunológica, da produção de neurotransmissores e até do equilíbrio emocional.
Estudos recentes reforçam que a saúde intestinal está diretamente ligada à saúde mental e metabólica, por exemplo. Pesquisas publicadas em periódicos como Frontiers in Immunology e Nutrients mostram que a comunicação entre intestino e cérebro acontece por meio do chamado eixo intestino-cérebro, uma rede de sinalização entre neurônios, hormônios e substâncias produzidas pelas bactérias intestinais.

Pequenas mudanças de rotina já fazem diferença na disposição e na imunidade, dentre elas, aumentar o consumo de legumes e verduras nas refeições diárias Foto Pixabay/Divulgação
Sensação de bem-estar
A nutricionista Carla Fiorillo, explica que muitos neurotransmissores, como a serotonina — associada à sensação de bem-estar —, são produzidos no intestino. “Por isso, quando essa flora está em desequilíbrio, é comum que a pessoa sinta cansaço, irritação e até dificuldade de concentração”, completa.
Mas, segundo a especialista, não é apenas isso: mais de 70% das células de defesa do corpo estão concentradas na mucosa intestinal. “Quando a microbiota intestinal — o conjunto de microrganismos que habita o intestino — está equilibrada, ela ajuda o corpo a reagir melhor a vírus, bactérias e inflamações. Já o desequilíbrio, conhecido como disbiose, pode afetar a imunidade, o humor, o sono e até a aparência da pele”, ressalta Carla.

Alimentos ricos em fibras alimentares equilibra a flora intestinal, trazendo diversos benéficos à saúde Foto Divulgação
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Estilo de vida equilibrado
A nutricionista reforça que, além disso, manter o intestino saudável não depende apenas de suplementos ou medicamentos, mas de um estilo de vida equilibrado, indica a nutricionista: “Uma alimentação rica em fibras, frutas, legumes e alimentos fermentados, aliada a boas noites de sono, hidratação e manejo do estresse, é o que realmente favorece uma microbiota diversa e protetora. Pequenas mudanças de rotina já fazem diferença na disposição e na imunidade”, orienta a especialista.

Uma boa hidratação favorece a microbiota intestinal, aumentando a imunidade Foto Divulgação
Carla destaca ainda que, além da imunidade e do humor, a saúde intestinal também influencia a absorção de nutrientes e a vitalidade da pele. Quando o intestino não está funcionando bem, o corpo tem mais dificuldade para aproveitar vitaminas e minerais essenciais, o que pode se refletir em pele opaca, unhas fracas e queda de cabelo. “O intestino é o ponto de partida de quase todos os processos do corpo. Cuidar dele é investir em energia, imunidade e equilíbrio emocional”, resume a nutricionista.








