Com início de um novo ano, emagrecer está quase sempre entre as prioridades. Dentre as dietas mais populares está a do jejum intermitente, que se baseia em passar longos períodos sem comer absolutamente nada. Se por um lado a tática ajuda na rápida perda de peso, por outro, essa restrição alimentar pode ser prejudicial à saúde a longo prazo
Quando o assunto é dieta, perde-se a conta de quantas têm por aí garantindo resultados rápidos e milagrosos. No ranking atual das mais promissoras lidera a do jejum intermitente. A nova “queridinha” dos que buscam emagrecer rapidamente está causando burburinho e muita polêmica.
A proposta consiste em ficar sem comer nada, apenas água ou chás durante longos períodos. Para algumas pessoas, o jejum pode variar entre oito, dez, 12 ou mais horas e, até mesmo, dias seguidos.
Funciona assim: em jejum, o organismo promove o catabolismo proteico, que nada mais é do que a perda de massa muscular. Isso ocorre porque o corpo usa a glicose do fígado e depois a glicose muscular. É possível perder peso rapidamente, mas a primeira consequência é o famoso efeito sanfona. Ou seja, ao retornar aos antigos hábitos alimentares, a pessoa recupera o peso ainda mais rápido.
Lilian Sant’Anna, coordenadora de nutrição clínica do HCor – Hospital do Coração, explica que, como em qualquer outra estratégia nutricional, a dieta do jejum intermitente tem suas limitações e suas regras.
“Cada um tem sua necessidade nutricional, carrega sua carga genética, possui diferentes características físicas e realizam diversas atividades ao longo do dia”, diz. Ou seja, o que pode ser bom para um, pode não ser para o outro. Apesar de tantos poréns, o tal regime ganha cada vez mais adeptos pelo mundo.
Evite riscos à saúde
Tão errado quando sentir a necessidade de comer o tempo todo, é não sentir fome na hora certa. As duas situações são contra a fisiologia natural do organismo. Para evitar riscos à saúde e à qualidade de vida, a nutricionista faz um alerta:
“A ausência de nutrientes, a longo prazo, pode acarretar alterações importantes ao organismo, como queda ou enfraquecimento do cabelo, constipação intestinal, osteoporose, anemia, desidratação, atividade mental comprometida, dificuldade de concentração, ansiedade e irritação”.
As refeições fracionadas, feitas a cada três horas, segundo explica a nutricionista do HCor, faz com que, naturalmente, o indivíduo opte por porções menores e mais saudáveis, já que não estará com tanta fome, o que favorece hábitos alimentares mais balanceados.
“Para um emagrecimento saudável, é importante levar em consideração o estilo de vida como um todo, e não a alimentação isolada”, orienta. “O ideal é seguir uma dieta fracionada em pequenas porções, e a maneira mais segura é a reeducação alimentar com a ajuda de um profissional”, recomenda.
Comer antes de malhar
O corpo precisa de energia extra na hora da malhação. Para garantir um bom rendimento, um lanchinho leve antes do treino tem de fazer parte da rotina. Ignorar essa necessidade pode causar fraqueza, tontura e até mesmo desmaios, em decorrência da hipoglicemia, que é a queda da taxa de açúcar no sangue. Antes de alterar o menu, vale uma visitinha a um profissional para avaliar as necessidades nutricionais e a melhor dieta a seguir.
Confira algumas dicas da nutricionista do HCor de lanches leves. O segredo, segundo ela, é escolher itens balanceados:
- Mix de oleaginosas, como castanhas e nozes, por exemplo;
- Maçã, uva, banana e também mini-cenouras ou tomate-cereja;
- As barras de cereal podem ser uma boa aliada na hora da fome, mas evite as versões com chocolate;
- Biscoitos integrais;
- Iogurte light.