Saiba como potencializar a memória e prevenir demências no futuro
Quando o assunto é saúde e sua manutenção, a alimentação é considerada um pilar fundamental. Sendo assim, uma dieta equilibrada e diversificada, composta por pratos coloridos que abrangem diferentes grupos alimentares, garante um excelente fornecimento de vitaminas e minerais vitais para o funcionamento adequado do organismo.
Os benefícios de uma nutrição adequada são vastos, sendo particularmente significativos para uma das áreas mais cruciais do corpo: o cérebro. Pesquisa conduzida pela Tufts University, nos Estados Unidos aponta que manter uma alimentação saudável, desde quando se é criança, pode contribuir para uma boa saúde mental até os 70 anos, além de prevenir a demência.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores analisaram mais de 3 mil adultos do Reino Unido que foram inscritos ainda durante a infância em um estudo chamado “Pesquisa Nacional de Saúde e Desenvolvimento”.
Conforme explica a nutricionista do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), Alice Coca, quando não temos uma variedade de alimentos em nossa dieta, com um consumo limitado de frutas, verduras e legumes, e quando ingerimos muitas frituras, produtos industrializados e embutidos, acabamos consumindo quantidades insuficientes de vitaminas, minerais e antioxidantes.
“Em contrapartida, proporcionamos espaço para substâncias nocivas que, ao longo do tempo, podem favorecer o surgimento de doenças cerebrovasculares”, afirma.
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Observações
A especialista alerta que os alimentos ultraprocessados contêm elementos químicos como corantes, conservantes, aromatizantes, nitrato, entre outras substâncias que, quando consumidas em excesso e por longos períodos, podem prejudicar a saúde cerebral.
“Por isso, o recomendado é uma alimentação saudável, priorizando alimentos in natura e minimamente processados. Essa será sempre a melhor opção para manter a integridade neuronal e cerebral, além de contribuir para a prevenção de doenças”, diz Alice.
Para se ter uma ideia da ligação direta entre a alimentação e a saúde do cérebro, ao não dar a devida atenção ao que se coloca no prato, ao longo do tempo, aumentam-se as chances de desenvolver Alzheimer e Parkinson, por exemplo. “Além disso, condições como depressão, ansiedade e enxaqueca podem surgir. Adicionalmente, a capacidade de aprendizado pode ser prejudicada”, informa.
E o que comer?
A nutricionista destaca que os alimentos que favorecem uma boa memória são aqueles ricos em gorduras saudáveis. Isso se deve ao fato de que o cérebro é composto por 60% de gordura, sendo assim, a indicação é consumir gorduras benéficas, ricas em ômega 3 e gordura monoinsaturada.
“Alimentos ricos em gorduras saudáveis possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, além de melhorarem a transmissão dos impulsos nervosos e, consequentemente, as conexões e a velocidade do pensamento”, reforça a nutricionista.
Nessa perspectiva, ela cita que abacate, nozes, castanha-do-pará, salmão, sardinha, ovos, azeitonas e chocolate amargo podem ser excelentes escolhas para incluir na dieta. Também é essencial priorizar o consumo de fibras, como chia, grão de bico, quinoa e leguminosas, que são grandes aliadas na alimentação diária, uma vez que auxiliam no bom funcionamento do intestino e ajudam a manter uma microbiota intestinal saudável.
Além disso, segundo Alice, as fibras têm uma influência direta na produção de neurotransmissores no intestino. “Você pode estar se perguntando qual a relação com o cérebro, pois bem, é importante lembrar que cerca de 90% da nossa serotonina e 60% da dopamina são produzidas nesse local. Portanto, manter a saúde intestinal é fundamental para a boa saúde cerebral”, acrescenta.
“Alternativas como iogurte natural, vegetais de folhas verdes (brócolis, couve, agrião, entre outros), azeite de oliva, orégano, salsa, açafrão, gengibre e chá verde também podem ser incorporados à dieta para potencializar o cérebro e a memória”, conclui a especialista.