Mercado oferece diversas opções de leites e produtos de origem vegetal (Foto: DIvulgação/jo-sonn-unsplash)
Caracterizada pela incapacidade do organismo em digerir completamente a lactose, o açúcar naturalmente presente no leite, a intolerância à lactose é motivo frequente de dúvidas e apreensão. Por atingir milhões de pessoas em todo o mundo, essa condição exige atenção, informação e, acima de tudo, uma mudança de hábitos para garantir o bem-estar e a qualidade de vida.
De acordo com a nutricionista e consultora da A Tal da Castanha, Alessandra Luglio, a raiz do problema está na deficiência da enzima lactase, produzida no intestino delgado e responsável pela quebra da lactose em moléculas menores (glicose e galactose), permitindo sua absorção pelo organismo. “Sem a lactase em quantidade suficiente, a lactose não é digerida adequadamente, fermentando no intestino e causando os desconfortos característicos da intolerância”, esclarece.
Segundo ela, os sintomas podem variar em intensidade de acordo com o grau de intolerância de cada indivíduo e a quantidade de lactose ingerida, e se manifestam, geralmente, entre 30 minutos e 2 horas após o consumo de leite ou seus derivados. Entre os mais comuns, se destacam: dor abdominal, cólicas, inchaço, gases, diarreia, náuseas e, em alguns casos, vômitos.
A especialista alerta que, diante de tais sintomas, a busca por orientação médica especializada é crucial e que um diagnóstico preciso é fundamental para diferenciar a intolerância à lactose de outras condições com sintomas semelhantes, como alergia à proteína do leite de vaca e síndrome do intestino irritável.
Geralmente, conforme explica a nutricionista, o diagnóstico envolve a análise do histórico clínico do paciente, testes de tolerância à lactose e, em alguns casos, exames complementares, como biópsia do intestino delgado. Uma vez confirmada a intolerância, o passo seguinte é a mudança de hábitos alimentares, com foco na restrição ou eliminação da lactose da dieta.
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Cenário positivo
Apesar de ser uma condição importante, a boa notícia é que o mercado alimentício tem se adaptado à crescente demanda por produtos sem lactose, oferecendo uma ampla variedade de leites, iogurtes, queijos e até mesmo chocolates elaborados com ingredientes alternativos e enriquecidos com os nutrientes essenciais encontrados nos lácteos tradicionais.
Alessandra cita que a substituição do leite de vaca por bebidas vegetais, como as de amêndoa, aveia, coco e castanha de caju, por exemplo, é uma excelente alternativa ao leite de vaca, seja para a manutenção do hábito tradicional de se consumir, como também utilizá-los na culinária no preparo de receitas tradicionais e afetivas.
“As bebidas vegetais têm diversas bases e formulações, o que é positivo também do ponto de vista nutricional, uma vez que podem atender a diversos tipos de dietas e necessidades nutricionais específicas”, acrescenta a especialista..
Ela comenta ainda que, atualmente, já existem bebidas adicionadas de cálcio e outros nutrientes, mais proteicas e até menos calóricas do que o leite de vaca, por isso é importante avaliar as listas de ingredientes e tabelas nutricionais além de, sempre que possível, consultar um nutricionista para que se possa escolher as bebidas vegetais mais adaptadas às necessidades individuais.
A nutricionista ressalta ainda a importância de ler atentamente os rótulos dos alimentos industrializados, pois a lactose pode estar presente em produtos como pães, biscoitos, molhos prontos e temperos industrializados. “A atenção aos rótulos é fundamental para evitar o consumo acidental de lactose e, consequentemente, o surgimento dos sintomas”, alerta.