Produto brasileiro atende a demanda de 145 países, com destaque para os Estados Unidos e Alemanha
Aceita um café? Poucos resistem a esse convite, afinal, um cafezinho vai bem a qualquer hora, tanto que é a segunda bebida mais consumida pelos brasileiros e por pessoas de todo o mundo. Só perde para a água. Com ou sem açúcar, com leite ou sem leite, quente ou gelado. Há opções para todos os gostos.
Nesta sexta feira, é comemorado o Dia Mundial do Café, celebrado anualmente em 14 de abril. E o Brasil tem muitos motivos para festejar essa data, afinal, há mais de 150 anos mantém o título de maior produtor e exportador do grão, respondendo por um terço da produção mundial, sendo boa parte de qualidade especial.
Segundo a Organização Mundial do Café (OIC), em 2022/2023, a demanda mundial do produto deve totalizar 178,534 milhões de sacas, um aumento de 1,7% em relação a 2021/2022, que foi de 175,605 milhões de sacas. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), em consumo, o Brasil ocupa a segunda posição, ficando atrás dos Estados Unidos.
Conforme estimativa da Abic, em 2022, a receita com as vendas de café totalizaram R$ 23,5 bilhões, um aumento de 54,6% frente ao ano anterior. No ano passado, o Brasil exportou cerca de 2,2 milhões de toneladas, o equivalente a 39,4 milhões de sacas de café, atendendo a demanda de 145 países, com destaque para Estados Unidos e Alemanha, além de Itália, Bélgica e Japão.
Conforme previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 2,26 milhões de hectares cultivados (arábica e conilon), a produção brasileira de café pode chegar a 54,94 milhões de sacas do grão beneficiado.
Minas é destaque
Minas Gerais é o maior produtor brasileiro do grão, com cerca de 50% do total, além se se destacar na produção de cafés especiais do país. Em 2022, os cafeicultores mineiros colheram cerca de R$21,6 milhões de sacas, respondendo por metade da safra nacional e 70% do café arábica produzido no Brasil.
A área de cafezais em Minas Gerais alcança 1.334.482 hectares, segundo levantamento da Emater-MG. A produção mineira apresenta uma boa diversidade de sabores e aromas, por conta das variações de clima, de solos, de altitude e dos sistemas de produção e de beneficiamento. Essa conjunção de fatores positivos resulta em uma bebida diferenciada, que tem conquistado clientes nos mais exigentes mercados mundiais
A região do Cerrado Mineiro tem um papel importante na introdução do café de qualidade no cenário mundial. Responde por 12,7% da produção brasileira, 25,4% da produção mineira e está presente em todos os continentes. Atualmente, são cerca de 30 países e 70 compradores de cafés especiais com o selo de Denominação de Origem da Região.
Com uma cafeicultura que prioriza mais os investimentos na sustentabilidade e no pioneirismo, a Região do Cerrado Mineiro completou, no ano passado, 50 anos. Abrange uma área de produção de 255 mil hectares, com 4.500 produtores distribuídos por 55 municípios e que se reinventam a cada nova safra, a cada nova geração, além de atrair mulheres para a cafeicultura.
Ações
Diante da importância da atividade para Minas, a Emater-MG realiza várias ações de apoio aos cafeicultores e para a valorização do grão mineiro como o Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, o Circuito Mineiro de Cafeicultura e o programa Certifica Minas Café. Também colocou a cafeicultura em sua Agenda Estratégica, assumindo o compromisso de promover a atividade com sustentabilidade. Em 2022, foram atendidos 49.260 cafeicultores, além de 162 organizações ligadas ao setor
Toda a qualidade do grão mineiro é colocada à prova no Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais. A iniciativa começou há 19 anos pela Emater–MG, numa parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura (Seapa), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IF Sul de Minas) e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepe).
Outra iniciativa mineira é o Programa Certifica Minas Café, que a Emater–MG participa em conjunto com a Seapa, IMA e Epamig. A empresa orienta os produtores na adequação das propriedades às boas práticas agrícolas em todas as fases da produção, atendendo normas reconhecidas internacionalmente. Até o fim de 2022, o programa certificou cerca de 700 propriedades.