A Companhia Nacional de abastecimento – Conab, divulgou recentemente dados sobre a estimativa da Safra (2011/2012) de café arábica, que deve ficar entre 41,9 e 44,3 milhões de sacas, uma produção menor que a de 2010/2011, que foi de 48,1 milhões de sacas de 60 quilos. A queda na produção se deve ser afetada pela bianualidade, isto é, alternância de produção de maior e menor volume de um ano para outro, dessa maneira, a oferta de grãos do tipo arábica deve ser prejudicada, acirrando a disputa entre torrefadoras para conseguir os melhores grãos do mercado.
Segundo Rafael e Rodrigo Branco Peres, da torrefadora Café do Centro, a partir de junho deste ano, quando começa a colheita do café, o preço da saca começa a se estabilizar. Entretanto, antes disso, as torrefadoras arcam com o aumento e precisam fazer o repasse de maneira gradual ao mercado.
Os executivos explicam que desde junho de 2010, o preço do café fino vem subindo, muito por conta da procura não só no Brasil, mas também no exterior, além da expansão que o mercado de cafés superiores tem registrado ao longo dos últimos 15 anos no mundo. “A quebra de safra na Colômbia e países da América Central fez com que o mundo buscasse no Brasil os cafés de melhor qualidade. A procura intensa por estes cafés gourmet fez com que o valor daqueles de melhor qualidade disparasse, valorizando consequentemente também os tradicionais”, explicam os Branco Peres.
Outro fator é a desvalorização do dólar em relação às demais moedas, dessa maneira, os grandes fundos de investimento buscam refúgio em outros ativos financeiros como ações, ouro e comodities, valorizando e disparando o preço dos grãos.
Contudo, o dinamismo do mercado de cafés finos e as grandes altas geradas pela demanda de consumo tanto no mercado interno como externo, devem compensar em longo prazo estas altas, como explicam os diretores da Torrefadora. “Não vemos de maneira negativa este momento do mercado, ao contrário, a economia está aquecida, os cafés finos têm ganhado muito espaço e hoje fazem parte do mix de produtos de cafeterias, grandes redes de alimentação, de supermercados, restaurantes, padarias, bares e até de postos de gasolina. Continuamos a investir no segmento e a obter excelentes resultados”, finalizam os executivos da Café do Centro.